A cópia de um manuscrito que, segundo a polícia, é o estatuto da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) foi localizado numa casa na manhã desta segunda-feira em Camboriú. Na mesma operação, os policiais também apreenderam quatro conjuntos de uniformes de presidiários e uma pistola 9 milímetros israelense.
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As apreensões são resultado do cumprimento de dois mandados de busca e apreensão na casa de suspeitos de tráfico da região do Bairro Monte Alegre e Conde Vila Verde. Na casa onde foi localizada a pistola um jovem de 23 anos foi preso em flagrante por porte ilegal de armas.
De acordo com o delegado Osnei de Oliveira, da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú, uma apreensão de 3 quilos de maconha no mês passado em Itajaí culminou nos mandados de busca.
Em uma das casas foram apreendidos o estatuto, uma carteira de identidade falsificada e os uniformes na cor laranja, similares aos usados pelos detentos no Presídio de Itajaí. A DIC investiga qual seria a utilidade das vestimentas.
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– É possível que esses uniformes sejam usados para facilitar fugas. Uma pessoa entra com o uniforme por baixo da roupa e troca de lugar com o preso, por exemplo, assim como o documento falsificado – disse o delegado ao explicar que o caso está sendo investigado junto com os funcionários da unidade.
Na casa onde o material foi localizado o proprietário, suspeito de associação ao tráfico de drogas, não estava. Mas para a polícia, a existência do estatuto é uma prova clara de que ele é membro do PGC.
O estatuto contém as regras para a filiação, conforme a polícia. No documento, repleto de erros de ortografia, são detalhados os mandamentos da facção, como é o pagamento do dízimo e como devem proceder as execuções, entre outros itens.
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Em outra casa, a polícia localizou a pistola 9 milímetros e prendeu um jovem em flagrante. Ele informou os investigadores que encontrou a arma, cujo calibre é de uso exclusivo das Polícia Federal e Forças Armadas no Brasil, no rio.
De acordo com o delegado, ele é suspeito de movimentar grandes quantidades de maconha e já esteve preso por porte ilegal de armas em 2010. O rapaz detido e o morador da casa onde foi encontrado o estatuto mantinham uma relação de cooperação no tráfico, segundo a polícia.