A Polícia Civil abriu inquérito para investigar um caso de abuso sexual que ocorreu em uma escola no Litoral Sul de Santa Catarina. O crime teria sido praticado no interior da escola, durante um evento noturno, na madrugada da última sexta-feira. A suspeita é de que uma adolescente de 12 anos tenha sofrido violência por parte de um funcionário da unidade. Os nomes dos envolvidos e da escola não serão divulgados para preservar a identidade da vítima, conforme orienta o Estatuto da Criança e do Adolescente.

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A vítima confirmou a agressão em depoimento prestado na manhã da sexta-feira na delegacia do município. O suspeito se apresentou à polícia no final da tarde do mesmo dia e negou os fatos.

Como não houve flagrante do abuso, o homem indicado como suspeito continua em liberdade, porém está sendo investigado. Conforme o delegado Diego Parma, os desdobramentos previstos por lei devem ocorrer ao longo do inquérito.

Segundo Parma, a escola está colaborando com a investigação. Imagens das câmaras de monitoramento da unidade estão sendo usadas para esclarecer as circunstâncias do crime.

Vestígios do abuso deixados na roupa da vítimas foram coletados para exame. A perícia também fez coleta de material no carro do suspeito que estava no estacionamento da escola. A suspeita é de que o abuso tenha ocorrido dentro do carro.

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O diretor conversou com a reportagem na tarde de segunda-feira. Ele disse que a escola tomou conhecimento do caso por uma funcionária, após o evento, às 6h45min, e que acionou a família imediatamente.

— Estamos inconsoláveis, jamais imaginávamos que poderia acontecer um fato tão grave.

O diretor disse que o evento é um acampamento que ocorre no pátio da escola uma vez por ano, com acompanhamento de profissionais da unidade. O crime, que teria ocorrido por volta de 4h, não teria sido percebido pelos participantes.

Vítima duas vezes

Além de ter sido vítima de abuso, a menina acabou tendo fotos expostas por familiares, que o fizeram na tentativa de cobrar as responsabilidades dos envolvidos. Porém, o fato acabou causando ainda mais constrangimento à adolescente. Por isso, a orientação do delegado Parma é nunca expor fotos de vítimas, sejam elas crianças ou adultas, e de supostos agressores antes que a apuração seja concluída pela polícia.

— A exposição pode não só atrapalhar a investigação como prejudicar o discernimento da criança e fazer ela sofrer ainda mais.

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Parma explica que a primeira providência a ser tomada é procurar a delegacia antes mesmo de ir a uma unidade de saúde. Os vestígios do crime são provas fundamentais para se chegar ao autor do crime. Aberto o procedimento policial, a própria polícia tem a responsabilidade de fazer os encaminhamentos de saúde, psicológico e pericial.

— Nós encaminhamos para o serviço de saúde, onde a vítima pode tomar o coquetel de medicamentos pra evitar doenças contagiosas, providenciamos a assistência psicológica, quando possível, e fazemos contato com o Conselho Tutelar — concluiu.

Colaborou Victor Pereira