A Polícia Civil está investigando no Litoral a atuação de uma suposta clínica clandestina que fazia abortos em Itapema, situação que teria levado a morte de uma jovem de 23 anos nesta quarta-feira à noite. O caso foi registrado pela Polícia Militar de Itapema e está sendo conduzido pelo delegado regional de Balneário Camboriú, Davi Queiroz.

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A PM foi informada da ocorrência por volta das 19h30min, quando foi acionada para ir até uma quitinete no bairro Tabuleiro dos Oliveiras. No local, encontraram a jovem de 23 anos morta na cama do quarto, com óbito confirmado pela equipe do Samu, que verificou que ela estava grávida de seis meses e meio.

O namorado da jovem, um rapaz de 26 anos, e o locatário da quitinete, de 56, estavam no local e relataram aos policiais que ela teria passado mal durante o banho, e que eles a encontraram desmaiada e com um sangramento vaginal. Segundo o delegado Queiroz, os policiais teriam notado que os dois homens deram depoimentos contraditórios no local, então acionaram a Polícia Civil e o IGP para perícia.

Segundo o delegado, no local foram encontrados materiais cirúrgicos, remédios que seriam utilizados na prática de aborto e instrumentos que podem servir na sucção de material do útero. Os dois homens foram presos e o material apreendido.

– Em primeiro momento a situação foi tratada como um aborto feito com consentimento da gestante, mas na averiguação do local não parece que ali era efetivamente a clínica, tudo indica que era um local usado por pessoas de outros Estados que vêm para fazer o aborto. Temos que fazer novas investigações para saber o que realmente aconteceu – explicou o delegado em entrevista à NSC TV.

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De acordo com a polícia, a jovem e o namorado são de Minas Gerais e, segundo o relato do rapaz no depoimento, estavam em Itapema visitando um amigo. O delegado Queiroz diz, no entanto, que existem indícios de que eles estavam na cidade para o aborto.

– Não se sabe se isso foi feito em outro local e eles estavam ali esperando para aguardar o tempo até retornarem ao Estado de origem. Mas a moça acabou passando mal e veio a óbito – disse o delegado em entrevista.

Os dois homens estão detidos. Caso se comprove o crime na investigação, eles podem responder pelos crimes de aborto com consentimento da gestante (com pena de até oito anos no caso em que resulta em morte) e falsificação ou venda de medicamentos não autorizados – com pena de até 15 anos.