A Polícia Civil de São José está apurando um caso de estelionato contra pessoas à procura de apartamento na cidade. Um homem estaria oferecendo imóveis que não são dele em um site de anúncios e ficando com o dinheiro da caução.
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Pelo menos seis pessoas se dizem vítimas do golpe, além de uma imobiliária. Conforme elas, Luis Ossimar Delziovo de Oliveira negociou dois apartamentos no bairro Areias para várias pessoas ao mesmo tempo.
A jornalista Helena Willig conta que se interessou por um deles e adiantou duas cauções para o homem, somando R$ 1,6 mil. No entanto, o suposto proprietário não lhe entregou as chaves e ficou dando desculpas por dias.
_ Primeiro disse que a Caixa Econômica não havia liberado o apartamento onde ele iria morar. Depois, que cunhados dele haviam morrido. Joguei o nome dele na internet e descobri que já tinha sido preso. Entrei em desespero e disse que ia fazer um escândalo se ele não devolvesse o dinheiro _ relata.
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No Rio Grande do Sul, Ossimar já foi preso por estelionato. Conforme o setor de inteligência da Polícia Militar gaúcha, foi solto em agosto de 2015 e também responde por receptação e falsificação de documento.
Helena conseguiu reaver o dinheiro. No entanto, outras cinco pessoas ouvidas pela reportagem, e que não querem se identificar, dizem que pagaram a caução, não conseguiram se mudar para a casa nova, e ainda não receberam o dinheiro de volta.
Uma das maiores imobiliárias da Grande Florianópolis, com 1,1 mil imóveis em oferta em seis filiais, registrou ocorrência contra Ossimar. Conforme a empresa, o suspeito retirou quatro chaves de um mesmo prédio, fez cópias e passou anunciar. A imobiliária conta que inclusive teve que trocar as fechaduras e informar os reais proprietários da situação.
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A reportagem conversou com Ossimar. Ele informou que está fazendo um tratamento de saúde em Passo Fundo (RS) e só poderia retornar na metade de abril. Negou qualquer dívida, disse que não anunciou nenhum imóvel que não seja dele e que jamais negociou com mais de uma pessoa ao mesmo tempo o aluguel de algum apartamento. Sobre o que disse a imobiliária, Ossimar também nega.
_ Outra pessoa deve ter pego essas chaves e usado o meu nome. Eu jamais faria isso _ garante.
Segundo a delegada Gisele de Farias Jerônimo, da 2ª DP de São José, já foram feitos três boletins de ocorrências de supostas vítimas, além daquele da imobiliária, e todos relatam praticamente a mesma situação. O inquérito foi aberto na segunda-feira (21) e tem 30 dias para conclusão. Se confirmado o crime de estelionato, a pena pode variar entre 1 a 5 anos de prisão.