Uma investigação da Divisão de Furtos e Roubos da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) expõe um esquema de fraude em bombas de combustíveis de postos de cidades catarinenses que tem feito muitos consumidores pagarem ainda mais caro pelo preço dos derivados do petróleo. Na quinta-feira (8), a polícia cumpriu mandado de prisão preventiva contra um dos suspeitos, que era gerente de um posto em Itapema, no Litoral Norte, onde foram flagrados alguns dos crimes.

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De acordo com o delegado Osnei Valdir de Oliveira, que comanda a investigação, a fraude foi verificada em alguns postos de combustíveis, todos sem bandeira. O trabalho inicial concentra-se em Itapema e região, mas deve estender-se por outras cidades do Estado.

O homem preso na quinta-feira (8) era gerente em um estabelecimento localizado às margens da BR-101, na cidade litorânea. Após ser interrogado, foi encaminhado para a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Itapema. Dias antes de o homem ser preso, outros três mandados de prisão preventiva – sem prazo – foram cumpridos contra funcionários de outro posto da cidade.

Oliveira explica que o esquema consistia na alteração dos “pulsers”, equipamentos utilizados nas bombas de combustíveis para dosar a contagem dos litros que saem da bomba e entram no tanque do cliente. Eram colocados, segundo Oliveira, “microprocessadores nos pulsers já alterados em programas de computador, onde a contagem era alterada e o que entrava realmente no tanque era menor do que o registrado na bomba”.

Postos suspeitos cobravam gasolina mais barata

O dispositivo que acionava a fraude ficava instalado dentro do escritório do posto, permitindo acionar e desacionar o sistema, conforme apurado na operação realizada em outubro. Por entregar menor quantidade de combustível, reforça a investigação, esses postos cobravam mais barato pela gasolina, diesel ou etanol.

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— Isso dava uma média de 12,5% a 15% de menos combustível na comparação com o que o consumidor pagou. Eram postos de bandeira branca. A investigação prossegue, e em breve podemos ter outros mandados para cumprir — conta Oliveira.

Os quatro presos até agora nas operações vão responder por estelionato e organização criminosa. Os dois postos alvos de mandados foram interditados.