A Polícia Civil segue a investigação do assassinato de uma mulher no bairro Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. A vítima estava desaparecida desde o dia 15 de abril. O corpo dela foi encontrado em um matagal na noite de quarta-feira (8). Com esse caso, mais a morte de uma mulher em São José e de outra em Rio Negrinho, no Norte de Santa Catarina, já chega a 25 o número de feminicídios neste ano no Estado.
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Segundo o delegado Wanderlei Redondo, responsável pela Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas, o principal suspeito no caso da Capital é o companheiro da vítima, que teria admitido a autoria do crime e apontado o local em que o corpo foi enterrado. Ele também teria afirmado em depoimento que os dois vinham passando por desentendimentos.
Daniela Almeida Pereira, 36 anos, tinha sido vista pela última vez ao descer de um ônibus na região em que morava. Na quarta-feira, policiais e bombeiros realizaram buscas durante o dia em um local onde o homem indicou ter enterrado a vítima.
O caso agora será investigado pela Delegacia de Homicídios. Segundo o delegado Ênio Matos, a investigação aguarda os laudos para comprovar que o corpo é da mulher que estava desaparecida. Enquanto isso, o suspeito segue em liberdade. Ao final do inquérito a Polícia Civil pode pedir a prisão dele.
Feminicídios aumentaram 127% neste início de ano
O assassinato de Daniela foi o terceiro feminicídio registrado somente na quarta-feira no Estado – outros dois crimes ocorreram em São José e Rio Negrinho.
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Na cidade da Grande Florianópolis, Aline Rodrigues Camargo Pereira, 37 anos, foi assassinada a golpes de faca pelo ex-companheiro. No município do Norte do Estado, uma adolescente de 17 anos também foi morta a facadas, que teriam sido desferidas pela namorada dela, de 16 anos.
No início da semana, o boletim da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SC) indicava 22 assassinatos de mulheres. Com os três casos em um dia, o Estado chega a 25 mortes de mulheres.
O número é mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, entre 1º de janeiro e 6 de maio. Naquele período, houve 11 casos de feminicídios em SC.
O crescimento de 127% nesse tipo de crime vai na contramão dos outros crimes violentos no Estado. Casos como latrocínio, lesão corporal e até mesmo homicídios tiveram redução neste início de ano. Apenas as mortes de mulheres aumentaram.
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Ao longo de todo o ano passado, Santa Catarina registrou 42 feminicídios, um indicador que vinha caindo em comparação com 2017 (52) e 2016 (54).
Segundo os dados da SSP-SC, das 22 mortes registradas até o início da semana, apenas uma não tinha como principal suspeito o companheiro ou ex-companheiro da vítima. Ainda assim, tratava-se de um cunhado, um familiar próximo da mulher que morreu.