A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a agressão sofrida por uma equipe da NSC TV nesta segunda-feira (2) durante gravação de uma reportagem na praia do Campeche, em Florianópolis.
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A investigação será feita pela 6ª Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami) da Capital, onde o boletim de ocorrência foi registrado. A íntegra das imagens gravadas será analisada.
A repórter Bárbara Barbosa e o cinegrafista Renato Soder foram ouvidos, e dois suspeitos já haviam sido identificados até a atualização mais recente desta publicação.
Confira o vídeo das agressões:
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Os dois profissionais estavam gravando uma reportagem sobre o descumprimento de decretos relacionados à pandemia de coronavírus quando foram cercados por pelo menos três pessoas.
A equipe foi intimidada pelo grupo. Um deles ameaçou quebrar o equipamento do cinegrafista. Depois, o celular da repórter foi tirado da mão dela. Ela só conseguiu recuperar o aparelho minutos depois, e ficou com marcas de agressão nos braços.
Manifestações de repúdio
Nesta terça-feira (3), a Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão disse que agredir um profissional da comunicação, durante o exercício pleno de sua profissão, é ferir a democracia e o direito da sociedade em se informar.
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Outras entidades ligadas à comunicação também se manifestaram repudiando às agressões. Segundo a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), “qualquer intimidação ou constrangimento de equipes de reportagem em sua missão de informar a população configura um atentado contra a liberdade de imprensa, principalmente neste momento de pandemia”.
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Um dos homens aparecem nas imagens reclama por estar sendo filmado sem autorização. Mas, segundo a Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, não há violação da intimidade das pessoas, pois o registro é em local público de “pessoas desrespeitando todas as normas municipais e estaduais de prevenção individual e coletiva”.
A Associação Nacional de Jornais lamentou o que chamou de atitude covarde, autoritária, intolerante e que demonstra falta de compreensão do papel dos jornalistas na sociedade e a Associação Catarinense de Imprensa disse que os ataques a jornalistas ferem a democracia e tem consequências imprevisíveis para as liberdades de todos.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo condenou as agressões e manifestou solidariedade aos profissionais da NSC TV e pediu que as autoridades encontrem e punam os responsáveis.
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A Associação Brasileira de Imprensa destacou que a violência é uma afronta ao livre exercício do jornalismo e ao direito à informação. A ABI ainda enviou uma carta à governadora interina Daniela Reinehr, pedindo rigor na investigação.
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