Silvestre da Rosa, 62, suspeito de matar Margarete Zanella, 50, em Blumenau, foi indiciado pela Polícia Civil. Para o delegado que cuida do caso, Felipe Orsi, o homem deve responder não só por feminicídio como também por fraude processual, já que há indícios de que ele alterou a cena do crime.

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Orsi conta que a foto do corpo que Silvestre mandou para a filha da vítima logo após o crime difere com o que a perícia constatou no local na manhã desta quarta-feira (9).

A principal diferença é que Margarete estava com uma faca na mão quando foi encontrada, mas na imagem enviada via WhatsApp não havia o objeto. Ou seja, o delegado acredita que Silvestre simulou uma briga, como se Margarete tivesse o machucado também, e se feriu depois do assassinato.

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— Não está claro se ele tentou se matar ou apenas se feriu para tentar ludibriar os investigadores — revela Orsi.

Detalhes sobre o modo como o suspeito se automutilou ainda não foram informados à polícia. Margarete teve um corte no pescoço. Silvestre está internado em estado estável no Hospital Santa Isabel, sob custódia de agentes porque há um mandado de prisão em flagrante contra ele.

Apesar do indiciamento por fraude e homicídio qualificado por feminicídio, com o agravante de cometer o crime diante da presença virtual da filha por conta do envio da foto, o documento foi entregue incompleto ao Ministério Público. 

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A equipe continua com algumas diligências para coletar outras provas que reforcem a conclusão policial e espera a chegada de laudos periciais. O delegado pretende ouvir mais testemunhas e o homem, quando estiver em condições de ser interrogado.

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Orsi já encaminhou o pedido de prisão preventiva à Justiça, que ainda não foi analisado. Para ele, Silvestre apresenta perigo à sociedade, já que ameaçou familiares da vítima em outros momentos, como exemplificado nesta reportagem.

Contraponto

Enquanto não recebe alta, Silvestre é representado pela Defensoria Pública. Em nota, a instituição explicou que não se manifestará neste momento: 

O defensor público Arthur Herman, da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina (DPE-SC), que atende o suspeito, está analisando o caso e só deve se manifestar sobre o assunto quando a investigação for concluída.