A Polícia Civil indiciou 23 pessoas em Abelardo Luz, incluíndo o prefeito Dilmar Fantinelli, secretários, vereadores, empresários, assessores, advogados e pessoas físicas, por suspeita de fraude em licitação. Os valores podem chegar a R$ 2,3 milhões, segundo o de delegado João Miotto.

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O inquérito concluído nesta terça-feira aponta que as licitações ocorriam de forma irregular – O certame era direcionado para beneficiar um grupo criminoso- disse o delegado. Há relato de que uma licitação ocorreu depois do serviço realizado.

A investigação iniciou em 2013, depois que alguns vídeos foram gravados por um ex-funcionário do município, ainda em maio de 2012. Num dos vídeos um suposto empresário teria confirmado o esquema de corrupção. – Fizeram a licitação só para sair o dinheiro- relatou o empresário, em vídeo.

No vídeo a pessoa que aparece ainda afirma que o prefeito Dilmar Fantinelli sabia e teria orientado para fazer a licitação irregular.

O delegado afirmou que obras com prazo de conclusão em 120 dias ainda não foram concluídas mesmo depois de dois anos. Aditivos irregulares também foram identificados. Miotto disse que havia até uma empresa fantasma que contratava com a prefeitura.

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Durantes as investigações a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Abelardo Luz. Três malotes com documentos foram recolhidos. O material está no inquérito que será encaminhado ao Ministério Público de Abelardo Luz e Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

CONTRAPONTO

A assessoria de imprensa da Prefeitura encaminhou uma nota em que a administração municipal de Abelardo Luz afirma que nunca houve apropriação de bem público por agente polícito ou servidor do município. As denúncias foram atribuídas a adversários políticos com fins eleitoreiros. Confira abaixo a íntegra da nota:

“Tomando conhecimento de entrevista concedida pelo Delegado da Polícia de Abelardo Luz na cidade vizinha de Xanxerê, reafirma de forma muita tranquila, a nossa conduta de honestidade, transparência, compromisso com o desenvolvimento. Por isso, nos colocamos a inteira disposição da justiça, para qualquer esclarecimento que se fizer necessário. O ocorrido não abala o nosso empenho diário na busca da melhoria da qualidade de vida e bem estar da população.

Novamente em período eleitoral ressurgem questões utilizadas por adversários políticos em redes sociais e em um jornal distribuído nas madrugadas, durante a eleição municipal de 2012, para denegrir a imagem do então candidato a prefeito. Nenhum fato mais nos causa surpresa, porém afirmamos com toda a convicção, que nunca houve apropriação de qualquer valor ou bem público por parte de nenhum agente político ou servidor municipal.

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Por fim, confia-se na justiça e espera-se que a situação seja, de forma independente e imparcial, devidamente esclarecida.”