Os bandidos que aterrorizam funcionários e usuários de quatro casas lotéricas na Grande Florianópolis no últimos dois meses foram identificados pela Polícia Civil da Capital e de São José. Conforme as delegacias responsáveis, os ataques envolvem criminosos diferentes. Todos eles, no entanto, ainda estão soltos.
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A onda de assaltos começou no dia 4 de agosto, véspera de sorteio de Mega Sena acumulada, quando dois homens roubaram a lotérica do supermercado Angeloni de Capoeiras. Doze dias depois, o alvo foi a do Bistek da Costeira do Pirajubaé. No dia 9 de outubro, no Floripa Shopping, este com criminosos armados de fuzis. O último foi nessa semana no Shopping Itaguaçu, em São José.
Conforme o delegado Manoel Galeno, da Divisão de Investigação Criminal de São José, os suspeitos deste caso já foram identificados. É possível que eles também tenham participado do ataque ao Bistek, mas o investigador acha que é ainda é cedo para afirmar.
Só que a investigação entre as duas cidades não é integrada. A delegada Ana Cláudia Ramos Pires, da Divisão de Repressão a roubos, é a responsável pelos três casos de Florianópolis. Conforme ela, o assalto no Angeloni é o que está mais esclarecido até agora.
— O de Capoeiras, a gente já identificou os suspeitos. Estamos aguardando a Justiça para cumprimento de mandado. O do Bistek, a gente está com investigação avançada, já tem representação judicial. Quanto ao Floripa Shopping, que foi um crime mais elaborado, a gente já fez representações judicias e até agora não obtivemos retorno — atualiza a delegada.
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Ana Cláudia descarta que os crimes envolva uma mesma quadrilha. Segundo ela, são bandidos que participam de assaltos em diversos estabelecimentos, e não especializados em lotéricas. Para não atrapalhar as investigações, não foi divulgado de que cidade são os suspeitos. A delegada destaca que estes estabelecimentos são vulneráveis.
— Lamentavelmente, essas lotéricas em shoppings tem acesso e saída facilitadas. São locais que reúnem grandes valores. Pra quem gosta de dinheiro fácil, acaba sendo um grande chamariz.
“O lotérico trabalha de cabelo em pé“
Em entrevista à Rádio CBN Diário, o presidente do sindicato das empresas lotéricas de SC, Gilmar Cechetti, cobrou respostas dos órgãos de segurança de Santa Catarina.
– O lotérico trabalha hoje de cabelo em pé. Acredito que o secretário de Segurança Pública, Polícia Militar, devem dar uma resposta imediada a isso, porque me parece pontual em Florianópolis, é uma gangue que se instalou aqui. Estão indo para dentro de shoppings, arrombando e assaltando, demonstrando que não tem mais medo nem respeito por nada – comenta o sindicalista.
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O sindicato possui 566 lotéricas afiliadas em Santa Catarina, com mais de 3 mil empregados diretos. A entidade diz que espera por respostas de autoridades de segurança pública para coibir estes crimes.
Lotéricas Mais Seguras
A Caixa Econômica Federal possui uma cartilha chamada Lotéricas Mais Seguras, em que orienta usuários, funcionários e donos de loterias a práticas que reduzam os riscos de assaltos. Sobre o comportamento do cliente da casa lotérica, a Caixa orienta:
• jamais tenha armas em casa ou na lotérica: elas aumentam o fator de risco, não de segurança;
• nunca reaja à ação de um criminoso, tentando agredi-lo ou agarrá-lo;
• não encare o delinquente diretamente (o que pode ser considerado provocação ou uma tentativa de gravar a fisionomia).
Procure observar
• características físicas: altura, idade, cabelos, porte (gordo ou magro);
• características do veículo utilizado na fuga: placa, modelo, cor, marca;
Orientação a seguir após o delito: acione tão imediatamente a Polícia Militar, pelo número 190.