A Polícia Federal de Joinville vai indiciar o empresário Cláudio dos Santos, um dos sócios da Global Logística, por dois crimes, um deles ambiental, no incêndio químico que provocou uma coluna de fumaça tóxica sobre a cidade de São Francisco do Sul, entre os dias 24 e 27 de setembro do ano passado.
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:: Confira a página especial sobre o incêndio químico ::
Segundo o chefe da delegacia da PF em Joinville, Oscar Biffi, Cláudio teria, além da responsabilidade pela poluição ambiental e o armazenamento de produtos em desacordo com a legislação (artigos 54, §2º, II e 56 da lei 9605/98, a lei dos crimes ambientais), exposto a saúde de milhares de pessoas em risco (artigo 132 do Código Penal).
No dia 21 de fevereiro, a Polícia Civil de São Francisco do Sul, já havia indiciado os sócios da Global Logística, Cláudio Pereira dos Santos e Nelson João Possamai, pelo incêndio químico.
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O inquérito que foi entregue ao Ministério Público Estadual foi feito pelo delegado Leandro Lopes de Almeida. Para a Polícia Federal, Possamai não teve participação direta nas ações que desencadearam a fumaça e, por isso, não foi indiciado.
Segundo o delegado da PF, o inquérito será entregue ao Ministério Público Federal de Joinville. É possível que haja, no futuro, uma discussão de competência, para saber se os inquéritos pode ser unificado.
As conclusões da Polícia Federal tiveram como base o laudo pericial do Instituto Geral de Perícias (IGP/SC), que determinou que houve uma reação química entre os produtos armazenados, gerando forte calor e fumaça.
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O IGP também constatou que houve contaminação da água, com a morte de peixes, anfíbios e crustáceos. A fumaça também provocou danos à vegetação e à saúde humana.
De acordo com a Polícia Federal, ficou provado que a empresa mantinha em depósito substâncias nocivas á saúde humana em desacordo com a lei, que o armazém não estava dotado de sistemas preventivos de incêndio, que não estava regularizada perante o Corpo de Bombeiros e que as condições de armazenagem não eram adequadas para aqueles produtos.