A Polícia Federal reuniu 280 policiais federais de todo o país em Florianópolis para discutir estratégias de repressão ao tráfico de drogas nos próximos dois anos. O Estado foi escolhido por causa das apreensões de 10 toneladas de cocaína nos últimos anos em operações que flagraram o transporte por meio dos portos catarinenses.

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O evento durou dois dias e se encerrou nesta quinta-feira. Juízes e juristas também participaram. A PF não deu entrevistas, manteve o encontro fechado a jornalistas e sem divulgar quais os planos que traçará contra o narcotráfico. O diretor de combate ao crime organizado no país, Maurício Leite Valeixo, esteve presente. Além da problemática das drogas no Brasil, foram debatidos assuntos como o controle de armas e produtos químicos e o próprio crime organizado.

Em nota, o superintendente da PF em Santa Catarina, delegado Marcelo Mosele, destacou a troca de experiências entre as unidades policiais, principalmente em razão da celeridade com que os narcotraficantes alteram o modus operandi, as rotas, os procedimentos e as dissimulações.

— Exemplo disso é que até algum tempo atrás o tráfico internacional de cocaína via modal marítimo era detectado com mais frequência nos portos de São Paulo e agora migrou para outros portos, inclusive os aqui situados — ilustrou Mosele.

Ao longo das investigações das operações Oceano Branco e Contentor, a PF apreendeu 10 toneladas de cocaína transportadas por meio de portos catarinenses e que tinham como destino países da Europa. Foram presas mais de 50 pessoas em várias regiões do Estado, entre elas as de Itajaí, Balneário Camboriú, Joinville e Florianópolis.

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Alguns chefes do esquema ainda estão foragidos, entre eles um mexicano que vivia no litoral gaúcho e era especializado em camuflar a cocaína em granitos inseridos em contêineres. Integrantes do bando tinham patrimônio milionário e são suspeitos de lavar dinheiro em empresas do Estado. Na última segunda-feira, a PF apreendeu um veículo Lamborghini avaliado em mais de R$ 1 milhão que pertence ao principal investigado em Balneário Camboriú.