A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira, no Aeroporto de Guarulhos (SP), Ademir Auada, um dos procurados na 22º fase da Operação Lava-Jato, batizada de Triplo X, que apura crimes de corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, vinculados ao esquema que desviava recursos da Petrobras.

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Polícia Federal deflagra a 22ª fase da Lava-Jato em São Paulo e Santa Catarina

Segundo as investigações, Auada é o responsável pela offshore Murray Holdings junto à empresa panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir esse tipo de companhia em paraísos fiscais. A Murray é dona de um condomínio imobiliário no Guarujá, no litoral paulista.

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Inicialmente construído pela Bancoop, presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado, o empreendimento foi repassado à empreiteira OAS, em 2009, em decorrência de uma crise financeira da cooperativa. A Polícia Federal apura se houve ocultação de patrimônio na operação e se as unidades foram usadas como repasse de propina.

Para os investigadores da Lava-Jato, além de abrir as empresas, a Mossack auxiliava na abertura de contas no Exterior para esconder dinheiro de propina, fruto de atividades irregulares envolvendo negócios da Petrobras.

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Três dos réus na Lava-Jato, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco, e o empresário Mário Góes tinham offshores abertas pela Mossack.

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Antes de prender Auada, os policiais fizeram busca e apreensão na casa dele. A PF afirmou que o investigado estava agindo “no sentido de destruir grande quantidade de documentos, possivelmente relacionados à presente investigação”.

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A prisão é temporária e termina em cinco dias prorrogáveis, caso a Justiça considere necessário. Na quarta-feira, os policiais já haviam prendido temporariamente Ricardo Honório Neto, um dos sócios do escritório da Mossack Fonseca no Brasil, Renata Pereira Brito, que trabalhava com Honório, e Nelci Warken, apontada como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris.

Dois mandados de prisão da 22ª etapa da Lava Jato ainda não foram cumpridos e se referem a Luis Hernandez Rivero e Maria Mercedes, citados pelas investigações como administradores de fato da Mossack no Brasil.

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