Ao menos 14 mandados de busca e apreensão são cumpridos pela Polícia Federal nesta segunda-feira (24) contra o grupo suspeito pelo conflito que terminou com a morte de uma pessoa na Aldeia Kondá, no Oeste de Santa Catarina. O crime ocorreu em 16 de julho e teve, ainda, o incêndio de casas e veículos.
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Conforme a polícia, sete dos mandados são cumpridos na própria aldeia, enquanto outros sete ocorrem no assentamento onde estão instalados um outro grupo indígenas. O objetivo é encontrar armas utilizadas no conflito e outras provas que liguem aos suspeitos do fato.
Ainda nesta segunda-feira, uma operação envolvendo dezenas de agentes de segurança pública atuam na negociação para o retorno dos indígenas à Aldeia Kondá. Ao menos 340 pessoas estão abrigadas no Ginásio Ivo Silveira, em Chapecó, no Oeste catarinense, onde a prefeitura tem disponibilizado colchonetes, cobertores, travesseiros e alimentação.
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Conforme informações da NSC TV, agentes da Guarda Municipal e Polícia Militar chegaram ao local por volta das 7h30min para negociar com os indígenas. Na noite deste domingo (23), terminou o prazo estipulado pelo Ministério Público para que o grupo retornasse à aldeia ou fosse para aldeias vizinhas.
Além disso, quatro viaturas da Polícia Federal estão na aldeia também para tentar uma negociação.
Em reunião na quarta-feira (19), o governo de SC anunciou o envio de reforço de policiais militares para a Aldeia Kondá e arredores. O objetivo é que eles atuem junto aos agentes locais que já trabalham na segurança da comunidade.
Entenda o caso
O conflito ocorreu na manhã deste domingo (16), na Aldeia Kondá, localizada a 15 quilômetros de Chapecó. Uma festa ocorria na aldeia quando indígenas de um grupo opositor ao atual foram até o espaço, o que deu início a uma briga generalizada.
Durante a confusão, 17 casas e cinco veículos foram incendiados. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas — sendo que uma permanece internada — e uma foi morta. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, houve troca de socos, pontapés, pedradas e uso de arma de fogo.
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Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para apurar o caso. Procurado pela reportagem, o órgão afirmou que só irá se manifestar sobre o caso após a conclusão do relatório final.
Segundo a Funai, o conflito tem a ver com uma disputa de poder que dura mais de 30 dias no local. O coordenador regional do órgão, Adroaldo Antônio Fidelid, informou que o caso envolve opositores do atual cacique, que não reconhecem o resultado das últimas eleições internas.
*Com informações de Andrielli Zambonin, da NSC TV Chapecó
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