A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, a 30ª fase da Operação Lava-Jato em São Paulo e no Rio de Janeiro. Cerca de 50 policiais e mais 10 servidores da Receita Federal cumprem dois mandados de prisão preventiva, 28 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva.
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De acordo com a PF, a investigação está centrada no esquema de corrupção e lavagem de ativos referentes a contratos firmados com a Petrobras. A nova etapa foi batizada de Operação Vício. Também são cumpridos mandados que apuram pagamentos indevidos a um executivo da área internacional da Petrobras, cota do PMDB no esquema, em contratos firmados para aquisição de navios-sondas. Além disso, um dos destinatários de propina, conforme investigação, era o ex-ministro José Dirceu.
Interlocutores da força tarefa da Lava-Jato dizem que a ideia foi fazer duas operações em sequência, um dia após o outro, para criar um fator de surpresa sobre os alvos.
Três grupos de empresas são investigados por supostamente terem se utilizado de operadores e de contratos fictícios de prestação de serviços para repassar à Diretoria de Serviços e Engenharia e Diretoria de Abastecimento da estatal, respectivamente cotas do PT e do PP. Aos envolvidos, são atribuídos crimes de corrupção, organização criminosa, lavagem de ativos, entre outros.
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A Polícia Federal aponta, por meio de nota, que o nome da operação está relacionado à “sistemática, repetida e aparentemente dependente prática de corrupção por determinados funcionários da estatal e agentes políticos que aparentam não atuar de outra forma senão por meio de atos lesivos ao Estado. O termo ainda remete à ideia de que setores do Estado precisam passar por um processo de desintoxicação do modo corrupto de contratar, presente não ação de seus representantes”.
Às 10h, serão divulgados mais detalhes sobre a Operação Vício durante entrevista coletiva, em Curitiba. Os presos e o material apreendido devem ser encaminhados ainda nesta terça-feira para a PF, na capital paranaense.
A etapa anterior
Na segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou a 29ª fase da Lava-Jato em Brasília, Pernambuco e no Rio de Janeiro. No total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois de prisão temporária.
O principal alvo da ação colocada em prática na véspera foi o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu, que já havia sido condenado no mensalão. Conforme a PF, ele movimentou R$ 7 milhões, sem justificativa de origem lícita, entre 2005 e 2013.
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Em infográfico, confira os desdobramentos da Lava-Jato:


*Zero Hora com agências