A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a 27ª fase da Operação Lava Jato no Estado de São Paulo. São investigados crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, lavagem de dinheiro, além de corrupção ativa e passiva.

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Estão sendo cumpridas 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e outros dois mandados de condução coercitiva. Ao todo, 50 agentes participam das diligências em São Paulo, Osasco, Santo André e Carapicuíba.

O empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC, e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira foram presos. O ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman, amigo do ex-ministro José Dirceu, foram conduzidos coercitivamente.

A ação, intitulada Operação Carbono 14, é uma referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.

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A 26ª fase da Lava-Jato apura a suspeita de lavagem de capitais de R$ 6 milhões “provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente suportado pela Petrobras”. Conforme a Procuradoria da República, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria feito um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em outubro de 2004.

“O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a “quitação” de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Esses fatos já haviam sido objeto de acusação formal, sendo agora foco de uma nova frente investigatória”, diz a força-tarefa em nota.

Conforme a nota divulgada pelo Ministério Público Federal, “há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210.000 em 9/11/2004. Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210.000. Suspeita-se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava-Jato”.

O MPF também destacou que os investigados com prisão determinada já tiveram prévio envolvimento com crimes de corrupção.

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Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos serão ouvidos na capital paulista.

Detalhamento dos mandados

São Paulo

Três mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva

Osasco

Um mandado de busca e apreensão

Santo André

Três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária

Carapicuíba

Um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária

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