A Polícia Federal de Itajaí desarticulou na manhã desta quarta-feira uma quadrilha que cometia crimes contra o sistema financeiro nacional. Chamada de Operação Radar, a ação prendeu oito pessoas temporariamente em Itajaí e Balneário Camboriú. Os suspeitos seriam os operadores da fraude – doleiros e cambistas responsáveis por comprar e vender moeda estrangeira sem registro e enviar remessas de dinheiro para o exterior, bem como ocultar e dissimular essa atividade.

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Conforme a polícia, a organização teria movimentado R$ 86 milhões em operações suspeitas. A polícia não divulgou o nome dos envolvidos. Uma das pessoas presas é de nacionalidade estrangeira.

Além das prisões, a PF também solicitou o bloqueio judicial de 20 contas bancárias e cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nas duas cidades e também em Joinville e Dionísio Cerqueira. Foram apreendidos R$ 100 mil, US$ 13 mil, 78 mil pesos argentinos, 4 mil euros, documentos e equipamentos de mídia usados para o câmbio.

De acordo com o delegado chefe da Polícia Federal de Itajaí, Luciano Raizer, os principais núcleos da quadrilha estão localizados em Itajaí e Balneário. As investigações apuraram que Itajaí concentrava operações de compra e venda de moeda estrangeira movimentando cerca de R$ 1 milhão por mês.

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Já Balneário Camboriú atuava com um esquema maior enviando dinheiro para o mercado externo e utilizando empresas de fachada concentradas em Dionísio Cerqueira. Em Joinville uma corretora de câmbio é suspeita.

– Quem utilizava esse serviços são empresários, profissionais liberais, entre outras pessoas que estão sendo identificadas. Caso não tenham declarado essas operações, serão investigadas também. Não temos como precisar o número de clientes ainda – explica o delegado.

Raizer conta que as investigações iniciaram há um ano através de denúncias anônimas e outros indicativos de atividade ilegal. Segundo ele, a partir de agora o material apreendido será analisado, periciado e os dados serão confrontados. Os suspeitos, presos temporariamente por cinco dias, também foram ouvidos pela PF na tarde desta quarta e podem ser pedidas as prisões preventivas.

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– A tendência é que mais gente apareça e novos inquéritos podem ser instaurados – ressalta.

Os investigados vão responder por crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, operações fraudulentas de câmbio, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Conforme o delegado, em depoimento à PF os suspeitos permaneceram em silêncio. Eles foram encaminhados ao presídio da Canhanduba, em Itajaí.