Santa Catarina está entre os alvos da Operação Brabo, deflagrada na madrugada desta segunda-feira pela Polícia Federal para desarticular um esquema de tráfico internacional de cocaína que tem o Porto de Santos como principal entreposto _ mas também utilizou o Complexo Portuário do Itajaí. Estima-se que mais de seis toneladas de drogas foram enviadas pelo grupo ao exterior desde agosto do ano passado, quando começaram as investigações.
Continua depois da publicidade
São cumpridos no Estado 3 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão nas cidades de Florianópolis, Porto Belo e Balneário Camboriú. O alvo é um estrangeiro, que não teve a nacionalidade divulgada, e os três endereços são dele. Em Balneário Camboriú os policiais estiveram em um apartamento na Rua Israel, Bairro das Nações.
O estrangeiro ainda não foi localizado, e a PF acredita que esteja no exterior.
A operação ocorre simultaneamente em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e inclui 120 mandados de prisão preventiva, 7 de prisão temporária e 190 mandados de busca e apreensão. As investigações da Operação Brabo são fruto de cooperação policial internacional entre a PF e a agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas (DEA), e partiram da análise de cinco apreensões de cocaína que somaram 2,1 toneladas, realizadas entre os meses de agosto de 2015 e julho de 2016, envolvendo o Porto de Santos.
Para a polícia, a articulação do grupo tornava o esquema ¿verdadeiras empresas criminosas¿. A droga vinha de países produtores, era estocada em São Paulo e depois encaminhada através dos portos, graças a associações entre criminosos no Brasil e no exterior.
Continua depois da publicidade
Desde agosto do ano passado a PF realizou 14 apreensões de cocaína nos portos de Santos, Salvador e no Complexo Portuário do Itajaí, que integra os portos de Itajaí e Navegantes. Também foram interceptados carregamentos saídos do Brasil nos portos de Antuérpia (Bélgica), Shibori (Inglaterra), Gioia Tauro (Italia) e Valencia (Espanha). Essas apreensões totalizaram outras 5,9 toneladas de cocaína pura que deixaram de abastecer o tráfico europeu.
Só no ano passado, foram apreendidas nos portos catarinenses mais de 3 toneladas de cocaína. Na maioria dos casos, a droga foi interceptada em operações de verificação de cargas da Receita Federal.
Em julho, a Polícia Federal divulgou que Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, considerado o maior traficante da América Latina, utilizou o Complexo Portuário do Itajaí para enviar drogas ao exterior _ a PF não informou se há relação entre o esquema investigado na Operaçao Brabo e os negócios de Cabeça Branca.
Brabo
O nome da operação remete a um dos destinos da droga, o porto de Antuérpia (Bélgica). Brabo seria um soldado romano que teria libertado os habitantes da região do rio Escalda, onde se localiza Antuérpia, do jugo de um gigante e jogado sua mão no rio. Essa lenda deu origem ao nome da cidade.
Continua depois da publicidade