Uma equipe da Polícia Federal está na região de Bonsucesso, em Itaiópolis, no Alto Vale do Itajaí. Seis agentes federais chegaram ao local segunda-feira para entregar uma decisão do Ministério Público Federal que exige a liberação de meia pista da SC-477, bloqueada pelos índios da Comunidade Indígena Duque de Caxias desde 22 de outubro. De acordo com o delegado Luciano Raizer, da Polícia Federal, os agentes vão permanecer no local para apurar ocorrências de furto, incêndio e extorsão.
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Um dos crimes teria ocorrido contra um aposentado e morador de Timbó dono de uma chácara em Bonsucesso, em Itaiópolis. Luiz Carlos Orsi teve a casa incendiada na madrugada de sábado passado. Ele afirma que foi ameaçado pelos índios sobre o fogo no dia anterior.
_ Tive prejuízo de mais de R$ 200 mil. É vandalismo puro. A casa do meu vizinho de madeira também foi queimada. Não sobrou nada. Desde o dia 8 de novembro foram cinco casas, uma guarita e uma caminhonete incendiadas _ lamenta Orsi.
>>> Confira mais fotos da casa que foi incendiada em Itaiópolis
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A Polícia Civil de Timbó também investiga o caso. Desde meados de outubro 29 ocorrências foram registradas pelos moradores. O delegado Gilberto Azevedo, responsável pela delegacia de Doutor Pedrinho, afirma que um inquérito foi instaurado dia 29 de outubro.
_ Estamos colhendo informações na região sobre os casos. Vamos apurar a autoria de cada um desses eventos.
O delegado teme que as lideranças negativas que comandaram essas ações assumam uma postura ainda mais violenta. Por isso, pretende acelerar as investigações para identificar os autores dos crimes.
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A coordenadora substituta da Fundação Nacional do Índio (Funai) Natalina Vergueiro afirma que não há provas do envolvimento dos índios nas ocorrências de furtos, extorsões e incêndios.
Desde metade de outubro deste ano, bloqueios de rodovias estaduais e ocupação de terra foram protagonizadas por índios da região em forma de protesto para a liberação das áreas. Mas o histórico de impasses entre índios e colonos é mais antigo. Começou em 1994, quando a Funai apontou que a área para os indígenas deveria passar de 14 mil hectares para 37 mil hectares.
Desde 2007, a discussão da posse de terras está no Supremo Tribunal Federal. Os produtores locais contestam o aumento da demarcação das áreas indígenas, mas apenas com a decisão judicial o histórico de confrontos pode acabar.
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