A Interpol ainda não confirmou que o homem apontado como sendo Claudio Vallejos, de 53 anos, é, de fato o ex-torturador argentino. A informação de que a confirmação havia sido feita, foi corrigida pelo delegado da Polícia Federal Ildo Rosa.
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De acordo com a direção do presídio de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, onde Vallejos estava preso, o cônsul da Argentina esteve lá para coletar as impressões digitais do preso. Nesta segunda-feira Vallejos foi transferido para o novo presídio de Lages, pois causou tumulto entre os presidiários em Xanxerê no fim de semana.
O homem de 53 anos foi preso no Oeste de Santa Catarina por estelionato no dia 4 de janeiro, após tentar aplicar um golpe na região. Recentemente surgiram as suspeitas de tratar-se do ex-integrante do temido Serviço de Informação Naval da Marinha Argentina nos anos de chumbo, na década de 1970.
Ele será mantido preso enquanto aguarda o julgamento por estelionato e nesse período a Polícia Federal espera o pedido oficial de extradição por parte da Argentina. Pelo histórico, porém, a expulsão de Vallejas do país pode não acontecer. Em 2002 a Justiça brasileira já havia negado um pedido de expulsão do ex-torturador pois ele teria filhos no país. A idade deles é desconhecida, mas até que sejam maiores de idade isso pode ser um empecilho à extradição.
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Quem é Vallejos
Em 1986, durante entrevista à revista Senhor (nº 270), Vallejos admitiu ter participado como motorista da prisão do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Junior.
Conhecido como “Tenorinho”, o músico tocava com Vinícius de Moraes em Buenos Aires, na Argentina, em 1976, quando desaparceu misteriosamente quando saiu para comprar cigarros. Seu corpo nunca foi encontrado.
Vallejos ainda é acusado de ter participado da morte e tortura de civis durante a ditadura militar argentina.
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