A Polícia Federal acredita que pelo menos outras 10 pessoas, além das 60 já identificadas, estejam envolvidas em um suposto esquema de fraude no Imposto de Renda descoberto em cidades da Serra, Meio-Oeste, Oeste e Sul de Santa Catarina. Dos 60 suspeitos confirmados até agora, três são funcionários de um escritório de contabilidade, 19 são profissionais da saúde e 38 são clientes.

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Os delegados José Elói Werner Júnior e Allan Dias e o auditor fiscal Eduardo Zamparetti explicam que o caso começou a ser apurado há sete meses, depois que a Receita Federal estabeleceu vínculos fiscais entre os envolvidos. Durante as investigações, foi constatado que um escritório de contabilidade de Curitibanos estaria recrutando profissionais de saúde que trabalham ou já trabalharam na cidade para participar do esquema.

Fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais cobravam para emitir recibos de serviços que nunca prestaram a clientes do escritório de contabilidade. Assim, ao apresentar à Receita os comprovantes de elevados gastos com saúde, estas pessoas conseguiam reduzir o valor do Imposto de Renda a pagar ou aumentar a restituição. Em cinco anos, calcula-se que o esquema tenha causado prejuízos superiores a R$ 5 milhões aos cofres da União.

Depois de apreender documentos e materiais de informática em Lages, Curitibanos, Chapecó, Criciúma, Içara, Lebon Régis e São Paulo (SP) na terça-feira, a Polícia Federal começou a analisar os materiais para encaminhar à perícia a fim de concluir os inquéritos e enviá-los à Procuradoria da República, que deverá oferecer denúncia à Justiça Federal.

– Ao abrir os malotes e analisar as apreensões, acreditamos que mais 10 pessoas, pelo menos, estão entre os beneficiários -, diz o delegado Allan Dias, do Núcleo de Inteligência da Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina.

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Os indiciados responderão na esfera criminal por falsidade ideológica, organização criminosa e crime contra a ordem tributária. Já na esfera administrativa deverão pagar, com juros, os valores que teriam burlado e multa que varia de 150% a 225% calculados sobre o valor do Imposto de Renda.