A reconstituição do triplo homicídio que ocorreu no interior de Alfredo Wagner, na Grande Florianópolis, foi realizada na tarde desta quinta-feira (22) pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), acompanhado pela Polícia Civil. O suspeito, Arno Cabral Filho, pode participar da encenação. O crime aconteceu no dia 9 de agosto.

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Arno foi levado de volta a Alfredo Wagner pela Secretaria de Justiça e Cidadania. Apesar de estar na cidade, ele optou por não participar do procedimento. Segundo a defesa, Arno foi orientado a ficar de fora, porque nega ter cometido o crime e, portanto, não teria motivo para ser submetido à reconstituição.

De acordo com o agente de Polícia Civil do município, Vanderlei Kanopf, também responsável por conduzir a investigação, a reconstrução é feita por um perito do IGP, com base nos depoimentos colhidos de testemunhas e no inquérito policial.

— E com base no que ele disse pra mim dentro da delegacia quando foi preso e confessou (informalmente) que era o autor — disse.

Embora a Polícia Civil afirme que Arno Cabral Filho confessou o crime, isso não aconteceu em um depoimento formal. Quando foi ouvido de forma oficial, o suspeito ficou em silêncio e, por isso, não é considerado como réu confesso.

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A reconstituição

O trabalho desta quinta-feira começou na estrada que dá acesso à propriedade em que as vítimas moravam. Foi nesse local em que o corpo de Alberto Tuneu, de 67 anos, foi encontrado. Ele estava ao lado da caminhonete que pertencia à família. Depois de aproximadamente uma hora e meia, os peritos seguiram em direção à casa onde foram encontradas as outras duas vítimas.

Enquanto os profissionais trabalhavam, o acusado acabou sendo liberado, porque não tinha interesse em participar do trabalho.

Kanopf disse que com a reconstituição foi possível identificar de forma mais precisa o histórico dos fatos. Segundo ele, a principal suspeita é de que Arno tinha ido até a propriedade para buscar bens que tinha deixado em garantia por uma dívida que ele não tinha condições de pagar, junto às vítimas.

— No nosso entendimento, ele não conseguiu o dinheiro [para pagar] e veio aqui para tomar as garantias que ele havia assinado na data anterior. Isso dito por ele próprio — afirmou o agente.

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Acusado segue preso

A reconstituição desta quinta-feira foi determinada pelo juiz que recebeu a denúncia do Ministério Público, transformando Arno em réu. Na mesma decisão, ele também resolveu manter o acusado em prisão preventiva. Atualmente, ele está detido em Lages, na Serra Catarinense.

Relembre o crime

De acordo com a investigação, Loraci Mathes, 50 anos, e o filho, Mateo Tuneu, 8, foram os primeiros a serem atacados. Os dois foram mortos dentro da residência onde a família morava, no interior de Alfredo Wagner.

Já Carlos Alberto Tuneu, 67, foi assassinado a caminho de casa, aproximadamente um quilômetro distante da propriedade. Conforme a investigação, ele foi o último a morrer.

Segundo denúncia remetida ao judiciário, Arno foi acusado por triplo homicídio qualificado: por motivo fútil — já que as mortes teriam sido motivadas por uma dívida que o denunciado tinha com a família —, meio cruel — pela forma como a família foi assassinada —, e por dificultar ou impossibilitar a defesa das vítimas.

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