Ações regionalizadas são a nova estratégia da polícia para impedir que o crime organizado volte a promover atentados em Santa Catarina.
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No Sul, em dois dias, foram mobilizados 200 policiais civis e militares em prisões ligadas a delitos ordenados de presídios, tráfico de drogas e tentativas de homicídios.
As operações foram nas regiões de Criciúma e Tubarão lideradas por policiais de cada Divisão de Investigação Criminal (DIC). O saldo até ontem à tarde era de 12 pessoas presas e 40 mandados de busca e apreensão cumpridos, drogas, armas e dinheiro recolhidos.
O diretor da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Akira Sato, afirma que as ações pontuais das DICs pelo Estado são de extrema importância para estancar a facção e assim evitar novas ondas de ataques.
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– Só a Deic, em razão do efetivo, não dá conta. Temos 30 DICs pelo Estado. Se cada uma delas prender 10 pessoas, as 100 prisões do PGC que fizemos viram 400. Então há sim a nossa expectativa dessa ação regionalizada estadual ser intensificada – reconhece Akira.
Em Tubarão, a polícia apura denúncias de que criminosos ligados ao PGC estão a frente de empresas lícitas, que na verdade são de fachada, para lavar dinheiro do crime.
Nas duas operações ficou evidente a necessidade do combate ao tráfico de drogas por delegacias especializadas, a de conter adolescentes infratores recrutados pelo crime e a de melhorar ações para evitar a comunicação de detentos e criminosos nas ruas.
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– Os líderes de outras regiões, do Norte, Capital e Itajaí, se misturaram com os presos daqui no presídio e na Penitenciária de Criciúma e das cadeias acabavam se comunicando com os criminosos de fora para cometer os crimes, principalmente o tráfico – ressaltou o delegado da DIC de Criciúma, André Milanese.
Entre novembro e fevereiro, Santa Catarina enfrentou mais de 170 ataques criminosos, entre ônibus queimados e tiros contra prédios públicos e automóveis.
A onda de violência ameaçou se repetir em maio, mas foi logo contida. A suspeita é que nas três vezes a facção orquestrou os atentados por uma série de motivos, entre eles está retaliação a supostas agressões sofridas nas prisões.
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Na principal investigação feita até agora, pela Deic, cerca de 100 pessoas foram presas e denunciadas pelo Ministério Público. Novas apurações contra a facção de Santa Catarina – e também de outros Estados – estão em andamento, mas a polícia não revela detalhes para não prejudicar o trabalho.
AS OPERAÇÕES NO SUL
Em Tubarão
Desencadeada na quinta-feira. Envolveu 46 policiais civis, sendo 11 delegados, e 20 policiais militares. Teve relação principal a onda de tentativas de homicídios onde dois grupos de traficantes rivais entraram em guerra.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e dois mandados de prisão temporárias, apreendidos R$ 13,6 mil, cartas e aparelhos de informática. Os presos não tiveram nomes divulgados, têm 22 e 25 anos e são do PGC, um deles era o “disciplina” (espécie de gerente da facção).
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Em Criciúma
A ação aconteceu na quarta-feira com 130 policiais civis. Foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária. Ao total, 10 pessoas foram presas com ligação a facções criminosas e suspeitas de ataques registrados em Criciúma e Sul, em fevereiro.
Uma das prisões mais importantes foi a de Johnny Fernando Vera, 25 anos, de Foz do Iguaçu-PR, considerado pela polícia líder do tráfico de drogas na cidade.