A dinâmica do acidente que matou o jovem Sérgio Teixeira da Luz Júnior, 23 anos, que foi atropelado com outros dois colegas enquanto caminhava no acostamento da SC-402, em Jurerê, no Norte da Ilha, ainda é uma incógnita.

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Antes de concluir o inquérito que já conta com o depoimento de 15 testemunhas, o delegado Otávio Cesar Lima, da 7ª Delegacia de Polícia, pretende fazer uma reconstituição do acidente. A data ainda não foi confirmada, mas Lima espera que o trabalho seja realizado na próxima semana.

O delegado não deu detalhes de como vai funcionar a reconstituição em conjunto com o Instituto Geral de Perícias, mas adiantou que as partes envolvidas, os jovens atropelados que sobreviveram, as testemunhas e os policiais que atenderam a ocorrência serão intimados a participar.

Além de descobrir a velocidade estimada do Audi A3 que atingiu os pedestres, Lima quer identificar se o jovem que morreu foi atropelado duas vezes, como foi descrito no boletim de ocorrência.

Sérgio Teixeira da Luz Júnior, 23 anos, morreu após cinco dias internado no hospital
Sérgio Teixeira da Luz Júnior, 23 anos, morreu após cinco dias internado no hospital (Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal)

— Essa situação (do atropelamento duplo) precisa ser apurada. Por enquanto, não tenho provas disso — disse o delegado.

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Os motoristas envolvidos no acidente são Sérgio Orlandini Sirotsky, 21 anos, que conduzia um Audi A3, e Eduardo dos Santos Rios, 25, que conduzia um SsangYoung, 25 anos. A participação de um terceiro motorista ventilada após o acidente não foi confirmada pela polícia.

O principal investigado no inquérito é Orlandini Sirotsky, apontado como responsável pelo atropelamento de Sérgio Teixeira da Luz Júnior, que morreu após cinco dias internado no Hospital Governador Celso Ramos, e os amigos Rafael Machado da Cruz e Edson Mendonça de Oliveira, que sofreram lesões, mas já receberam alta do hospital. Ele se apresentou na delegacia três dias após o acidente que ocorreu na madrugada de domingo, na saída de uma boate.

— Ele (Sirotsky) falou que tomou duas vodcas com energético. Afirmou que teve um apagão, não viu nada na hora do impacto, que foi forte. Ele diz que parou o carro, desceu, mas ao ouvir gritos e muitas pessoas se assustou e deixou o local. Ele garante não ter percebido no que bateu, disse ter ficado sabendo que eram três pessoas depois de o fato sair na imprensa — revelou o delegado no dia em que o motorista prestou depoimento.

Segundo Lima, o motorista Eduardo, que dirigia o SsangYoung, atropelou uma quarta pessoa que estava dando assistência às vítimas. Ele chegou a ser preso no dia do acidente, mas foi liberado. O caso dele foi conduzido em um auto de prisão em flagrante na Central de Plantão Policial da Capital. A vítima sofreu ferimentos leves e não precisou ser conduzida ao hospital.

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— Ele (Eduardo) nega que tenha atropelado a vítima do outro acidente. Ele disse que tentou ultrapassar pelo acostamento, não estava em velocidade tão violenta, viu que tinha muita gente e ao voltar para a pista acabou batendo no rapaz que estava sinalizando (as vítimas no chão).

As perícias foram concluídas e todas as testemunhas já foram ouvidas. Os jovens que foram atropelados e sobreviveram ao acidente já prestaram depoimento. Eles confirmaram que foram atingidos pelas costas e que o impacto foi forte. Porém, não lembram de detalhes.