A Polícia Civil e Ministério Público estão mobilizados para esclarecer o assassinato de Ivonete Mezari Genuíno, 24 anos, morta a tiros dentro do carro na noite da última quarta-feira em Balneário Arroio do Silva, no Sul do Estado. O crime misterioso chamou a atenção pelo fato de a vítima ser ex-namorada de um delegado do município vizinho de Araranguá, e a filha deles, um bebê de um ano, estar junto da mãe e ser deixada no veículo sem sofrer violência física.
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O carro com o corpo de Ivonete, um Corsa com placas de Araranguá, foi encontrado por volta das 9h de quinta-feira, por agricultores, nas proximidades da estrada geral da Praia da Meta. Ao chegar ao local para iniciar a investigação, o delegado Jorge Giraldi, da Central de Polícia de Araranguá, reconheceu o corpo da ex-namorada e, a partir daí, a cúpula da Polícia Civil decidiu acompanhar o caso de maneira diferente.
O delegado-geral Aldo Pinheiro D’Ávila entendeu que a ligação de um integrante da instituição com a vítima exigia uma investigação diferenciada. Ficou decidido que Jorge Giraldi seria preservado, e que o diretor da Polícia do Litoral, delegado Arthur Nitz, coordenaria os trabalhos desenvolvidos nos últimos dias por Ari José Riva e Jair Pereira Duarte.
– Adotamos esse procedimento porque há uma pessoa da instituição Polícia Civil ligada à vítima. E todas as pessoas do círculo de convivência dela estão sob suspeita – afirmou o delegado regional, Vanderlei Sala.
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Todos os delegados envolvidos nesta força-tarefa – e também os dois promotores de Justiça convidados – entendem que o fato mais intrigante e que mais chama a atenção no homicídio é a ligação entre o delegado Giraldi e Ivonete Mezari Genuíno. Eles tiveram um breve relacionamento, mas nunca chegaram a viver juntos. O policial, que é solteiro e tem outros quatro filhos, assumiu a paternidade da criança e garantiu a ela todos os benefícios a que tinha direito.
Perícia pode ajudar nas investigações
Os resultados da perícia feita no veículo da vítima e no local do crime serão divulgados nos próximos dias, mas alguns detalhes são bem claros e podem ajudar na investigação.
O corpo de Ivonete estava no banco do carona e os quatro tiros disparados contra a cabeça e braço dela foram feitos por alguém que estava no lado de fora. Dois revólveres encontrados em um saco plástico próximo do local podem ter sido usados no crime e ajudariam na busca por pistas. As ligações telefônicas feitas pela mulher nos últimos dias e o histórico de navegação da internet no computador também devem ser úteis, segundo os investigadores.
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A polícia também sabe que o corpo foi encontrado por moradores locais de 12 a 13 horas depois do assassinato. E esse foi o tempo em que o bebê, acomodado na cadeirinha no banco traseiro, ficou exposto à ação de mosquitos. A menina levou dezenas de picadas nos braços, pernas e rosto e foi levada ao Hospital Regional de Araranguá. Hoje ela está com os avós maternos, no interior de Nova Veneza, também no Sul.