A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) realizaram na manhã desta quarta-feira (27) a reconstituição da morte de Cassiano Corrêa Galdino, adolescente de 17 anos morto por policiais militares no dia 2 de janeiro na comunidade da Vila Aparecida, região continental de Florianópolis.

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A reconstituição foi um pedido da defesa do adolescente e também do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que solicitou diligências complementares para apurar mais detalhes sobre as circunstâncias da morte e sobre a conduta dos policiais militares envolvidos na ação.

Quando o caso aconteceu, a PM informou que Cassiano morreu depois de trocar tiros com os agentes, mas o depoimento de testemunhas contradiz a versão oficial. Elas afirmam que o adolescente não efetuou disparos. Além disso, o laudo pericial que aponta a direção em que os tiros entraram no corpo dele e o local onde o rapaz foi encontrado também levantaram suspeitas a respeito da ação dos PMs.

Durante cerca de uma hora e meia, peritos do IGP tentaram esclarecer a dinâmica dos fatos e os pontos controversos nos depoimentos. Os três policiais militares envolvidos na ação que culminou na morte do adolescente participaram da reconstituição, que também contou com a presença do delegado Ênio Mattos, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, da delegada Salete Mariano e da mãe de Cassiano.

Procurado pela reportagem, o delegado Ênio Mattos disse que o inquérito concluiu inicialmente que a morte decorreu de um confronto do jovem com a PM e que o caso já estava com a Justiça. A delegada Salete Mariano preferiu não dar mais detalhes sobre as investigações.

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A expectativa da defesa da família do adolescente é que o resultado da reconstituição fique pronto num prazo entre 30 e 60 dias, quando será incluída ao processo.

A Polícia Militar informou que os três policiais que participaram da ação seguem trabalhando normalmente. Conforme a PM, o Inquérito Policial Militar (IPM) que apurou o caso internamente concluiu que não houve crime militar nem transgressão disciplinar. O IPM foi encaminhado ao Ministério Público em fevereiro.

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