A Polícia Militar do Distrito Federal dispersou com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral os cerca de 5 mil manifestantes que estavam no gramado do Congresso Nacional, na noite de quarta-feira. A reação teve início depois que policiais que protegiam o prédio do Congresso foram alvo de rojões e sinalizadores.
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Barreiras foram montadas em frente e na lateral do gramado do Congresso. Os prédios do Palácio do Itamaraty, depredado na quinta-feira passada, e do Ministério da Justiça, também tiveram segurança reforçada.
Com a dispersão encaminhada, os integrantes do protestos seguiram caminhando rumo a Rodoviária do Plano Piloto, que fica a cerca de dois quilômetros do Congresso Nacional.
Segundo a PM, oito pessoas foram presas no final da manifestação. Outros dois tinham sido detidos na chegada ao protesto durante revista realizada por policiais. Um portava facas e cassetetes, o outro drogas. A secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que até às 21h50min 10 pessoas tinham sido atendidas sem gravidade.
– Houve truculência demais, quando um meu amigo foi questionar , empurraram ele, prenderam e também perguntaram se eu queria ir para delegacia – contou Leonardo Zandonadi, servidor público de 25 anos.
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Foto: EVARISTO SA/AFP
Os protestos em Brasília começaram ainda pela manhã, quando integrantes da ONG Rio de Paz espalharam pelo gramado em frente ao Congresso 594 bolas de futebol representando cada um dos parlamentares para significar que cabe ao Legislativo atender aos pedidos feitos nas ruas. Eles chutaram as bolas no final da tarde para simbolizar a responsabilidade do Congresso de dar respostas às reivindicações. Os cartazes e gritos dos manifestantes novamente tiveram vários objetivos.
A derrubada da PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público, foi comemorada, mas houve cobrança de mais investimentos em saúde e educação, aprovação da proposta que torna aberto o voto em processos de cassação, da instalação de uma CPI para investigar os gastos da Copa do Mundo, além de pedidos para que Renan Calheiros (PMDB-AL) deixe a presidência do Senado e o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) o comando da comissão de Direitos Humanos na Câmara.