Atendimento somente durante o dia e para clientes selecionados. Assim era mantido o esquema de disque drogas desmantelado pela Polícia Civil sexta-feira, em Balneário Camboriú. Com o tráfico, o grupo movimentava mensalmente cerca de R$ 20 mil. Um dos presos é também suspeito de roubar pelo menos dois malotes com mais R$ 50 mil.
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As três pessoas envolvidas estavam sendo investigadas desde dezembro do ano passado. Ontem, com mandados de busca e apreensão e prisão preventiva em mãos, policiais da Divisão de Investigações Especiais (DIC) foram até a casa dos suspeitos na Rua Irlanda, Bairro das Nações, e prenderam os três.
Na casa de Alcindino Pereira, o Fofo, 30 anos, e da mulher dele, Maria Aparecida Ataíde, 28, foram encontrados em um cofre 1,5 quilo de maconha, 150 gramas de cocaína, 300 micropontos de LSD e 300 comprimidos de ecstasy. Além da prisão preventiva, eles também acabaram autuados em flagrante.
Também foram apreendidos um carro, motocicletas, capacetes, relógios e óculos na casa do casal. O terceiro envolvido no esquema, segundo a polícia, é Marcos Aurélio Barbosa Matos, 40, vizinho do casal. Ele atuava traficando e ajudando o casal a esconder alguns objetos. Uma das motos apreendidas que pertencia a Pereira estava na casa do vizinho.
De acordo com o delegado Osnei Oliveira, o disque drogas só atendia clientes selecionados. O grupo exigia dos usuários até mesmo uma quantidade mínima de compra. Eles também vendiam drogas para traficantes que repassavam em festas de música eletrônica. As substâncias eram adquiridas de outros traficantes.
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Pereira e a mulher faziam a maior parte das entregas, conforme apurou a investigação. Em muitas ocasiões, eles levavam os filhos, um casal de crianças com menos de cinco anos, para que a polícia não desconfiasse. Os mandados de busca e prisão foram cumpridos ontem às 6h, e nenhum dos três reagiu a prisão. Os filhos do casal foram encaminhados para a casa de parentes. Alcindino chegou a confessar os crimes e disse que trafica há sete anos.
_Chegamos a investigá-lo uma vez em 2005, mas naquela ocasião outros foram presos e ele não _ explica o delegado. Nenhum dos presos tinha ficha criminal.
Em uma motocicleta, ele seguia as vítimas e quando elas estavam com malotes ele as abordava. Na ação, do dia 6 de dezembro, o suspeito chegou a atirar contra o carro do funcionário de uma construtora. Um dos disparos atingiu de raspão o rosto da vítima. Na ocasião, Pereira roubou o malote com R$ 40 mil em dinheiro e R$ 12 mil em cheques.
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No dia 5 de fevereiro ele também seguiu uma jovem que transportava o malote de uma igreja pelas ruas centrais de Balneário Camboriú até abordá-la. O pacote continha R$ 8 mil em dinheiro.
Segundo o delegado, o suspeito usava um compartimento fixado na motocicleta, muito comum dos motoboys, apara esconder os malotes roubados. Isso também o fazia se passar por um entregador e ajudava a despistar a polícia.
O delegado Oliveira requereu o bloqueio dos bens e da conta bancária de Pereira, onde está aplicado o dinheiro dos assaltos. Para a polícia, a autoria dos dois roubos ficou evidente em imagens de câmeras de monitoramento. Conforme a investigação, é possível que Pereira tenha cometido outros assaltos.