A Polícia de Santa Catarina irá investigar se os suspeitos mortos durante uma operação em Minas Gerais neste domingo (31) tiveram envolvimento com o mega-assalto que ocorreu em Criciúma, no Sul do Estado, há quase um ano. Na ação do fim de semana, que ocorreu em Varginha, 26 pessoas, que supostamente faziam parte de uma quadrilha especializada em roubos a bancos, foram mortas pela polícia mineira.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
O assalto em Criciúma aconteceu em 30 de novembro do ano passado. Ao menos 30 pessoas, armadas, invadiram a cidade, assaltaram uma agência do Banco do Brasil e levaram R$ 125 milhões. Este é considerado o maior assalto a banco na história de Santa Catarina.
De acordo com o delegado Anselmo Cruz, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), há a possibilidade de que alguns dos envolvidos na operação de Varginha tenham participado da ação em Criciúma. Porém, a polícia catarinense aguarda a identificação dos suspeitos para continuar as investigações.
— Apesar de algumas características semelhantes em Varginha e Criciúma, os detalhes serão agora investigados para apurar eventual relação. O modus operandi, por si só, apareceu em vários crimes pelo Brasil desde 2015. Pode ter algum ou alguns que tenham participado [do assalto em Criciúma] e não necessariamente o grupo todo — pontua.
Continua depois da publicidade
Para isso, a polícia de Santa Catarina já entrou em contato com as equipes de Minas Gerais para apurar mais informações sobre a ação. Segundo o G1, amostras de DNA dos 26 corpos foram coletadas e serão inseridas no banco nacional de perfis genéticos. Com isso, será possível apontar se os suspeitos tiveram algum tipo de participação em outros crimes.
> Novo cangaço: o que é o termo usado para ação de quadrilhas em SC
A hipótese de que a quadrilha morta em Varginha tivesse relação com o crime de Criciúma foi levantada pelo comandante do Batalhão de Operações Especias (Bope), tenente-coronel Rodolfo César Morotti Fernandes, de Minas Gerais.
Segundo ele, alguns índicios apontam que os suspeitos participaram de outros crimes contra instiuições bancárias, não só em Santa Catarina, mas em outras cidades do país.
— Eu acredito pela assinatura, pelo planejamento deles, que possa ser a mesma quadrilha que tenha operado em Uberaba MG), Criciúma (SC) e Araçatuba (SP), pela quantidade de agentes e veículos utilizados. Um aspecto que chama atenção é que na ocorrência de Araçatuba, os veículos foram pintados de preto e o comboio era feito com os pisca alertas ligados. Um dos veículos nessa ação já estava sendo pintado com tinta preta e foram encontrados em um sítio vários sprays de tinta preta, ou seja, muito parecido com a última ação — disse durante coletiva de imprensa.
Continua depois da publicidade

Suspeita é de que grupo realizaria novo ataque
A operação, que contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ocorreu na madrugada deste domingo (31) em duas chacáras de Varginha, que ficavam em duas saídas da cidade. Na primeira, o tiroteio terminou com 18 óbitos, nenhum deles entre policiais. Em outro local, mais 7 suspeitos foram mortos.
Ainda segundo a polícia mineira, a quadrilha se preparava para atacar um centro de distribuição de valores do Banco do Brasil, em Varginha. Com eles, foram apreendidas várias armas, consideradas como armamento de guerra pela equipe.
Em um primeiro momento, foram confirmadas 25 mortes. Porém, segundo o G1, mais uma morte foi confirmada na manhã desta segunda-feira (1º). Os nomes dos suspeitos ainda não foram divulgados.
> “Foi como as maiores ações que acontecem no país”, diz delegado sobre assalto a banco em SC
Relembre o assalto de Criciúma
O assalto ao Banco do Brasil em Criciúma ocorreu no dia 30 de novembro de 2020. Segundo a polícia, ao menos 30 pessoas, com dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, invadiram a cidade e causaram terror aos moradores no que é considerado o maior roubo do tipo no Estado.
Continua depois da publicidade
Armados, os suspeitos atacaram o 9º Batalhão da Polícia Militar com tiros nas janelas, bloqueio na saída com um caminhão em chamas e explosão acionada por celular. Pessoas também foram feitas de refém. Ao todo, a ação durou duas horas.
Além disso, houve troca de tiros entre a polícia e os criminosos, onde um policial militar foi baleado e ficou gravemente ferido.
Leia também
Assalto a banco em Criciúma lembra roubo no Aeroporto de Blumenau e repete onda de crimes de 2019
Moisés fala em “ação marginal” após assalto a banco em Criciúma e promete resposta
Continua depois da publicidade