Foto: Hassan Farias / Agencia RBS

Uma empresa de reciclagem de resíduos químicos foi alvo de uma operação conjunta entre a Polícia Civil de São Francisco do Sul e a Polícia Rodoviária Federal nesta sexta-feira. A Ilhéu está sendo investigada pela suspeita de que estaria furtando petróleo da Petrobras e processando o material sem a autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Um dos laudos de peritos da estatal, que coletaram materiais de caldeiras e tonéis, apontou que se trata de ¿amostra com as mesmas características de querosene de origem fóssil (petróleo ou derivado de petróleo)¿.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Leia as últimas notícias sobre Joinville e região no AN.com.br

— Isso faz a gente começar a tratar a empresa como uma refinaria clandestina — diz o delegado Marcel Araújo de Oliveira, titular da delegacia da cidade.

Segundo ele, a operação iniciou em 2016 nos setores de inteligência das polícias Civil e Rodoviária, além do Ministério Público Federal. Eles identificaram refinarias que poderiam estar processando petróleo furtado de tubulações da Petrobras e fecharam duas empresas em São Paulo. A partir disso, a investigação avançou até chegar na Ilhéu.

A ação desta sexta começou pela manhã, quando chegaram ao local e encontraram a empresa funcionando. O dono, a secretária, um funcionário que cuidava das caldeiras e outros empregados estavam na unidade, onde havia duas caldeiras, quatro tonéis de decantação e outros dois onde ficavam os materiais no final do processo.

O dono, Rodrigo Luis Cizeski, 44 anos, foi preso por armazenamento e transporte de produtos perigosos de forma irregular. A empresa foi embargada pelo Ibama e multada em R$ 110 mil por três irregularidades nas licenças de funcionamento. Segundo Paulo Maués, chefe da divisão técnica ambiental do Ibama, a unidade não cumpriu as condicionais impostas em duas licenças da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e apresentou informação falsa ao órgão.

Continua depois da publicidade

— A empresa declarava que não estava produzindo e emitindo nada de efluentes. A capacidade de produção, segundo a licença, é de 300 toneladas por mês e o proprietário nos disse que tinha cerca de cem toneladas de produção por mês — conta.

A Ilhéu voltará a funcionar só se regularizar a situação das licenças e atualizar o certificado referente à produção dos últimos anos e à quantidade de efluentes emitidos. Segundo Adriano Fiamoncini, da PRF, faltam laudos de outras amostras, mas com o primeiro resultado, emitido na noite de sexta-feira, o delegado pediria a interdição total da empresa e o proprietário não tem mais o direito a fiança.