O inquérito que investigava a morte do turista austríaco Michael Lichtenegger, de 40 anos, em Florianópolis, foi concluído pela Delegacia de Proteção ao Turista (DPTUR) e a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD), da Polícia Civil de Santa Catarina. O turista desapareceu em 19 de outubro, e o corpo dele foi encontrado 10 dias depois, na ilha Moleques do Sul, no Sul da Ilha de Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Segundo o delegado Renan Scandolara, a investigação aponta para morte acidental, por afogamento. Elementos como a mochila de Michael, encontrada em um deque com roupas e o celular do austríaco, comprovam esta hipótese.
— A hipótese plausível é de que a vítima tenha deixado seus objetos pessoais em sua mochila, a colocado sob o deque de madeira e ingressado no mar da Praia da Joaquina. Turista havia ingerido bebida alcoólica e o mar encontrava-se bastante agitado e com correntes marítimas significativas, sinalizado com bandeira vermelha. Não havia ninguém junto ao turista, o que indica que ele ingressou sozinho no mar. A falta de retorno do turista à praia para buscar seus pertences é elemento que reforça, por fim, a morte acidental por afogamento do estrangeiro — afirma.
Continua depois da publicidade
Outro ponto é que o corpo foi encontrado sem nenhum sinal de violência externa. Para o delegado, isso se alinha com a ausência de indícios de violência ou ameaça à vítima: os pertences dele encontrados na praia indicam que não houve latrocínio; também não há histórico de conversas que apontem que ele estivesse em risco. Por fim, aponta o delegado, não há elementos de “comportamento autodestrutivo da vítima”.
O caso
O turista austríaco estava há poucos dias em Florianópolis, hospedado em uma pousada na região da Barra da Lagoa. Segundo o delegado Wanderley Redondo, titular da Delegacia de Desaparecidos da Polícia Civil, no dia do desaparecimento, ele esteve em um restaurante na beira da praia da Joaquina. No local, teria feito fotos e conversado com um grupo de pessoas.
Antes de sair do estabelecimento, ele perguntou onde ficava o costão e se era possível mergulhar no local. Uma mulher que mora na região teria alertado que não era possível mergulhar. Michael deixou o local em direção às pedras da Joaquina, que levam ao costão, e não foi mais visto.
A investigação
Durante as investigações, os investigadores pediram a quebra de sigilo de dados de aplicativos de encontros, redes sociais e contas em nuvem pertencentes ao austríaco. Ao mesmo tempo, as buscas por Michael seguiam por terra, mar e ar, próximo ao local onde ele foi visto pela primeira vez. Em paralelo, testemunhas foram identificadas, assim como trajetos e elementos que pudessem confirmar o paradeiro do turista, como imagens de câmeras de segurança de comércios e casas.
Continua depois da publicidade
Polícia diz que não há indícios de crime na morte de turista austríaco em praia de Florianópolis
A mochila dele foi encontrada na praia da Joaquina, sob um deque de madeira. Nela, foram encontrados pertences de Michael, inclusive o celular dele, já sem carga, documentos paraguaios em seu nome, cartões de crédito e roupas.
O histórico digital dele passou a ser analisado pela polícia, como conversas, grupos, contatos, dados de conexão e fotos. Nenhuma conversa apontou para qualquer relacionamento ou risco para Michael. As redes sociais também não tinham elementos de risco.
Fotos na nuvem demonstraram que, na data do desaparecimento, o austríaco estava sozinho, e fez fotos e vídeos na praia da Joaquina, inclusive no local próximo a onde a mochila foi encontrada.
Continua depois da publicidade
Mesmo depois do desaparecimento, testemunhas disseram que ele continuava a receber mensagens, mas as investigações apontaram que o celular dele, enquanto tinha carga, se manteve conectado à internet de um restaurante próximo.
Encontro do corpo e cooperação internacional
Em 29 de outubro, 10 dias após o desaparecimento, o corpo de Michael foi encontrado no mar próximo à ilha Moleques do Sul. O corpo, já em avançado estado de decomposição, não pôde ser identificado imediatamente.
No entanto, indícios apontavam que se tratava do turista, já que, segundo a Polícia Civil, não havia outras denúncias de pessoas desaparecidas em mar com as características do estrangeiro.
Continua depois da publicidade
Autoridades da Áustria no Brasil, a Polícia Austríaca, e a Polícia Nacional do Paraguai foram acionadas para colaborar na identificação do corpo. Impressões digitais e documentos odontológicos do austríaco foram enviados da Áustria e analisados. A Polícia Científica confirmou que o corpo pertencia a Michael no dia 31 de outubro.
Leia mais
Golpe do falso aluguel já fez 71 vítimas em Florianópolis neste ano; saiba como evitar
Homem é alvo de tiros e acaba atropelado após tentar roubar celular em pequena cidade de SC
Dinheiro de festa em igreja é roubado com sequestro e jovem baleado em José Boiteux, diz PM