Na noite em que incendiou, a boate Kiss recebeu muito mais clientes do que a capacidade legal para a qual estava licenciada, de 691 pessoas.

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É o que conclui a Polícia Civil, após um mês e meio de investigações da tragédia que enlutou Santa Maria. Os policiais já sabem que mais de mil frequentadores passaram pela danceteria em 27 de janeiro, quando o estabelecimento pegou fogo, matando 241 pessoas.

A conclusão está baseada na checagem de quatro itens: número de mortos (241), número de pessoas atendidas em estabelecimentos de saúde, número de pessoas que compareceram espontaneamente para depor (e que não estavam feridas) e número de pessoas que deixou depoimentos num site especialmente criado pela Polícia Civil para colher testemunhos da tragédia.

Conforme o delegado Marcos Vianna, um dos cinco que trabalha no caso, existiam no mínimo 1.061 pessoas na danceteria Kiss na noite do incêndio, o maior já registrado na história gaúcha.

A soma foi obtida a partir dos nomes dos 241 mortos, das 420 pessoas que depuseram sobre o episódio(ao vivo ou via site) – mas que não estavam feridas – e dos 400 feridos que foram atendidos em estabelecimentos de saúde de todo a região de Santa Maria e Porto Alegre, por ocasião do incêndio. O número e os nomes das pessoas que estiveram em atendimento foi repassado pela Secretaria Estadual de Saúde.

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Todos os nomes de mortos, feridos e testemunhos foram analisados e triados, para que a lista não incluísse repetições, ressalta Vianna.

– Checamos os nomes exaustivamente. Além dos 170 feridos graves, outras pessoas foram atendidas em postos de saúde, centenas a mais – comenta o delegado.

Somados aos depoimentos de quem não se feriu, mas estava na boate, os policiais concluíram que mais de mil pessoas estavam na Kiss, embora o alvará de licenciamento só admitisse 691 frequentadores.

Os proprietários da Kiss têm alegado, em depoimentos, que não permitiam lotação acima de 691 pessoas e que, quando essa lotação era alcançada, os porteiros eram orientados a não admitir mais pessoas no recinto. O delegado Vianna diz ter provas de que “jamais alguém foi barrado na entrada” porque a boate estava superlotada.

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– Temos depoimentos de funcionários da própria Kiss, dizendo que nunca deixaram de aceitar pessoas porque o lugar já estava cheio – descreve Vianna.

A superlotação é mais um dos itens que ajudará no indiciamento dos proprietários da boate por homicídio doloso qualificado.

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