Encontrado morto na segunda-feira na Praia do Moçambique, no Norte da Ilha, em Florianópolis, Jadson Andrade, 30 anos, pode ter sido assassinado a tiros por engano. Essa é a principal hipótese de investigação da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital. O rapaz morava em São Paulo e estava em férias em Santa Catarina. O cadáver foi encontrado sem qualquer documento. Nesta terça-feira, uma amiga e familiares ajudaram a polícia a descobrir sua identidade. Esta foi a 123ª morte violenta em Florianópolis neste ano.
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Por ser paulista, ele pode ter sido confundido com um integrante da facção criminosa de SP que disputa espaços em SC com um grupo catarinense. Os assassinos teriam gravado a execução e compartilhado as imagens com os comparsas.
— Em princípio sim (ele foi morto por engano). Com o andar das investigações vamos confirmar essa nova suspeita para fundamentar. Estamos trabalhando para esclarecer direito as questões que ainda temos. Estamos em cima dos autores, temos a identificação de alguns deles e vamos continuar nesse sentido para desvendar mais esse desatino no Norte da Ilha — explicou o delegado da DH Ênio Mattos.
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Na última postagem que publicou no Facebook, no dia 9 de setembro, Jadson comemorou que estava em Florianópolis: “só de boa”, escreveu. O rapaz chegou à capital catarinense na última sexta-feira e ficaria na cidade até esta quinta. Antes de decidir visitar a região, ele havia planejado ir para o Uruguai, mas as passagens mais baratas para Florianópolis o atraíram.
A irmã dele, Daniela Silva, está na cidade desde esta terça. No Facebook, ela postou um desabafo: “O meu irmão se foi, vítima da violência desse país. O pior é ver notícias na internet dizendo que foi por drogas! Lógico é mais fácil querer dizer isso, para não mostrar a realidade para as pessoas, querer colocar que foi morto um bandido ao invés de um homem do bem que foi apenas curtir as férias! O meu irmão sempre dizia que ia ser empresário do meu filho, que ele ia ser um ótimo jogador de futebol. O meu filho não entende nesse momento que o tio “Mão” foi embora! O meu irmão mais velho foi embora. É uma dor de tristeza e de ódio! Mas o meu Pai está cuidando dele onde ele estiver! Quero Justiça e eu vou ter!!!”.
Em um dos vídeos feitos pelos criminosos, Jadson alega que é funcionário de uma cervejaria em São Paulo. Em nota, o Grupo Petrópolis informou que o rapaz era promotor de vendas em Barueri (SP) e estava em férias desde 1º de setembro: “a empresa está prestando toda a assistência à família”.
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Segunda morte de turista por engano no ano
Esta é a segunda vez em 2017 que uma pessoa de fora do Estado e em férias é morta em Florianópolis. Na madrugada de 1º de janeiro, Daniela Scotto de Oliveira Soares, 38 anos, foi morta a tiros na comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha. Ela estava hospedada na casa de familiares nas proximidades. Ao saírem de carro, ela e o marido entraram em uma rua considerada de risco. No local, onde um adolescente de 17 anos atirou e acertou a vítima. Em depoimento, o assassino disse que disparou por acreditar que o veículo fosse de integrantes de uma facção rival.
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