O desejo de justiça pelas próprias mãos fez um grupo cometer um crime violento em Itajaí. Depois de uma suposta tentativa de estupro a uma jovem de 25 anos, João Maria de Queroz, 37, teria sido espancado até a morte em um terreno baldio da cidade.

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De acordo com a Polícia Civil, a área localizada na Avenida Ministro Luiz Gallotti, no Bairro São Vicente, é conhecida pelo encontro de usuários de drogas e moradores de rua.

Seis homens foram indicados pela Divisão de Investigações Criminais (DIC) como autores do crime, quatro deles – com idades entre 21 e 35 anos – foram presos em flagrante e já estão no Presídio Regional de Itajaí. A polícia agora procura os outros dois suspeitos.

– O nosso trabalho segue em busca dos outros dois envolvidos e na missão de descobrir se o motivo do crime foi mesmo a suposta tentativa de estupro. Acho difícil haver novas prisões por enquanto, até porque se encontrarmos os suspeitos agora, já não é mais flagrante – observa o delegado Celso Pereira de Andrade.

O corpo de Queroz ficou no Instituto Médico Legal (IML) até o início da tarde de quarta-feira e depois foi levado para o Oeste de Santa Catarina, onde moram os familiares. O homem, que morava sozinho em Itajaí, trabalhava como armador de ferragem na cidade. O irmão da vítima não quis comentar o crime.

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O assassinato teria ocorrido entre a noite de segunda-feira e madrugada de terça. A mesma versão contada pela jovem que teria sofrido a tentativa de estupro também foi relatada pelos quatro detidos.

Queroz teria agarrado a mulher, que reagiu gritando. Ao ouvir o pedido de socorro, os amigos correram para ajudá-la e começaram a agredir o homem com socos, pontapés e até uma facada. Depois de cometer a violência, todos foram embora, deixando o rapaz ferido no terreno.

Tráfico

A sargento Sandra Kaísa de Oliveira afirma que toda denúncia que chega à Polícia Militar sobre uso de drogas ou problemas com moradores de rua é averiguada. Ela diz que ocorrências em terrenos baldios não são muito comuns, e explica que a situação nesses casos pode envolver o grande espaço oferecido pelas áreas.

– Os traficantes às vezes preferem terrenos baldios porque é mais difícil deles serem vistos. Eles ficam mais distantes de prédios e de casas, e até o consumo é mais fácil, porque o cheiro da droga acaba não chegando até outras pessoas – pondera.

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O delegado Celso Pereira de Andrade afirma que a Polícia Civil de Itajaí tem intensificado abordagens na cidade na tentativa de prender traficantes de drogas.

Para isso estão sendo montadas campanas em diversas áreas onde há informações de pontos de venda dos entorpecentes – entre eles terrenos baldios como o usado para o espancamento. O resultado é a prisão de pessoas com pouca quantidade de drogas, porém já suficiente para caracterizar o tráfico.