A Polícia Civil de Sombrio prendeu, em flagrante, três pessoas de um grupo criminoso que fazia carteiras de identidade falsas para foragidos do sistema prisional do Rio Grande do Sul. Os bandidos usavam o posto do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Palhoça para confeccionar os documentos. De acordo com a investigação, um dos presos tem mais de 30 anos somados em condenações por homicídios.

Continua depois da publicidade

— As pessoas presas eram responsáveis por confeccionar documentos como certidões de nascimento, de pessoas que se quer existiam, ou de pessoas que não possuem passagem policial e, com base nessa documentação, se dirigiam ao IGP de Palhoça para confecção de uma carteira de identidade — comenta o delegado da Delegacia de Polícia de Sombrio, responsável pela coordenação da operação, Luiz Otávio Pohlmann.

A quadrilha cobrava dos foragidos R$ 5 mil por carteira. As cédulas utilizadas para fazer os documentos eram verdadeiras, mas com dados falsos. Foram cerca 15 identidades falsas produzidas de forma ilegal. De acordo com as investigações, nenhum agente público estaria ligado às falsificações.

— O que nós percebemos é uma certa fragilidade do IGP, mas não ficou comprovada a participação de nenhum agente público — completa.

De acordo com o Instituto de Identificação de Santa Catarina, o processo para confecção de identidades vai além do atendimento e apresentação da certidão de nascimento. Eles entram em contato com os cartórios de origem das certidões que dão entrada no processo para criação das carteiras de identidade para conferir a documentação, mas que as vezes não há sucesso.

Continua depois da publicidade

— Nem sempre a gente consegue fazer esse contato. Tem cartório que não existe mais e a legislação brasileira é muito falha nesse quesito de identificação, porque ela permite, com grande facilidade, essas falsificações — comenta o diretor do Instituto de Identificação do IGP-SC, Fernando Luiz de Souza

Ouça a entrevista com o delegado Luiz Otavio