Uma força-tarefa composta por até oito policiais destinada a investigar especificamente os assassinatos é a aposta da Polícia Civil para diminuir a onda de violência que atinge o norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis.

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A medida foi anunciada pelo governador Raimundo Colombo e a cúpula da segurança pública na formatura de policiais civis, na manhã desta terça-feira. A montagem e a operacionalização da equipe são realizadas pela Diretoria da Grande Florianópolis.

O grupo deverá contar com até oito policiais civis, entre eles o delegado Eduardo Matos, que já está atuando desde o começo do ano na região. Os agentes serão remanejados de unidades policiais da Capital e terão como base a Delegacia de Homicídios, no Centro, além das delegacias do norte da Ilha.

— O enfoque deles será esclarecer os homicídios, pedir a prisão dos envolvidos e coibir esse atividade de enfrentamento dos grupos rivais — disse o diretor da Polícia na Grande Florianópolis, delegado Verdi Furlanetto.

Dos 18 assassinatos este ano em Florianópolis, oito foram no norte da Ilha. Na tarde desta terça-feira, um homem foi esfaqueado na frente a um supermercado na Vargem do Bom Jesus. A polícia afirma que em cinco dos sete homicídios conseguiu identificar a autoria.

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— É preciso identificar os autores o mais breve possível — reconhece o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Nitz.

Disque-denúncia

A polícia tem dificuldades diante da lei do silêncio comum em regiões dominadas pelo crime organizado e pede a ajuda da comunidade por meio do disque-denúncia (181), onde é garantido o anonimato.

A violência em Florianópolis não é específica do norte da Ilha. Policiais afirmam que segue a guerra entre facções no Monte Cristo, região Continental. Os confrontos nas duas áreas envolvem o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, que busca tomar os pontos de drogas controlados por criminosos locais.

PM mantém barreiras

Nas proximidades da comunidade do Siri, nos Ingleses, a Polícia Militar mantém barreiras com o policiamento reforçado. A região foi palco de mortes, troca de tiros e há denúncias de que famílias foram expulsas por traficantes.

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Confira sete das oito mortes:

1º de janeiro – A turista gaúcha Daniela Scotto, 38 anos, foi assassinada com um tiro depois que o carro da família entrou por engano na comunidade Papaquara. um adolescente de 17 anos foi apreendido pela morte.

15 de janeiro – Fábio Menezes, 27 anos, foi morto após troca de tiros na comunidade do Siri.

15 de janeiro – Marcos da Silva Júnior foi assassinado na Cachoeira do Bom Jesus depois de Fábio. Eles eram primos. Leonardo Morche Garcia, que estava com Marcos, também morreu.

16 de janeiro – No centrinho dos Ingleses, um homem também foi assassinado na sequência dos crimes anteriores.

21 de janeiro – Dois homens foram executados a tiros dentro de um carro no Morro do Mosquito. As vítimas são Eliton Pereira e Douglas Henrique de Andrade Faria, 23 anos.

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