A Polícia Civil de Balneário Camboriú divulgou detalhes da investigação que garantiu a prisão preventiva de seis policiais militares nesta quinta-feira. O grupo de policiais, integrantes do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), é investigado pela prática de violência física e psicológica para obter a confissão de um suspeito de homicídio.

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Segundo a Polícia Civil, os policiais militares abordaram o homem e o levaram até um local ermo, em uma estrada secundária que dá acesso à praia do Estaleiro. Lá, conforme a Polícia Civil, os PMs agrediram o suspeito para que ele confessasse a participação em um homicídio ocorrido no último dia 10 de abril e informasse a localização da arma usada no crime.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o suspeito aproveitou um momento de distração dos militares, quando um carro passava pelo local, e fugiu para um matagal. Já sem a presença do suspeito, os PMs ainda fizeram revistas em dois imóveis que seriam mantidos por ele para guardar armas e drogas.

Novamente, segundo informou a Polícia Civil, o grupo de policiais militares praticou violência física e psicológica contra pessoas que moram no mesmo terreno dos imóveis para extrair informações sobre armas e drogas. Após a localização das armas e drogas procuradas, os militares apresentaram os moradores na delegacia como sendo responsáveis pela venda de drogas e posse das armas.

Em nota divulgada nesta quinta, a Polícia Civil aponta que a ação “criminosa e desastrosa dos policiais militares” comprometeu a apuração do crime de homicídio. O trabalho investigativo, diz a nota, já havia angariado provas quanto à autoria, incluindo mandado de prisão contra o homicida.

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O próprio suspeito, segundo a Polícia Civil, compareceu à Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú e confessou a prática de homicídio, além de narrar detalhes da tortura sofrida enquanto esteve com os militares. Outras testemunhas, conforme a Polícia Civil, confirmaram os fatos. Outras vítimas também foram identificadas e disseram sofrer represálias dos militares.

A análise de imagens registradas por câmeras de monitoramento amparou o trabalho de investigação. Com base nas provas, o delegado Osnei Valdir de Oliveira pediu a prisão preventiva dos seis policiais militares. Assim, com mandados de prisão e de busca e apreensão já expedidos pela Justiça, na manhã desta quinta os mandados foram cumpridos nas casas dos PMs e nos armários deles no quartel. Cinco PMs foram presos nas buscas e outro se apresentou mais tarde.

Além das prisões, as buscas resultaram na apreensão de grande quantidade de munições e de anabolizantes na casa de um dos indiciados. Os militares foram interrogados e teriam alegado que o suspeito de homicídio consentiu em ir até o local para onde havia sido levado.

Além do crime de tortura, o inquérito ainda deverá apurar outras condutas ilegais praticadas pelos militares. Representantes da Corregedoria Geral da Polícia Militar acompanharam o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, as prisões e os interrogatórios.

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