A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, ocorrida em 2 de outubro, e confirmou o caso de suicídio. O documento, assinado pelo delegado Eduardo Mattos, teve como base exames realizados, depoimento de testemunhas, as filmagens das câmeras do Beira-Mar Shopping e o teor dos laudos periciais emitidos pelo Instituto Médico Legal (IML). Concluído na quarta-feira (25/10), o inquérito segue agora para a Justiça criminal da Capital, que decidirá se arquiva ou não a investigação iniciada quando o reitor foi encontrado morto no shopping do centro da cidade.

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Exame toxicológico feito em Cancellier pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) constatou no organismo do reitor a presença de Citalopram, medicamento utilizado no tratamento de depressão. Em depoimento, o irmão de Cancellier, jornalista Júlio Cancellier de Olivo, diz que uma psiquiatra constatara o quadro depressivo do professor após a prisão pela Polícia Federal em 14 de setembro, durante a Operação Ouvidos Moucos, e receitara medicamento para combater os sintomas. Atrás do bilhete encontrado com Cancellier, em que dizia ter sido o afastamento da universidade o que decretou sua morte, havia nomes e telefones de cinco pessoas.

Segundo o inquérito, o reitor se atirou do último piso em direção ao vão central do Beiramar Shopping, por volta das 10h30min. Cancellier estava proibido de entrar na UFSC desde 14 de setembro, quando foi deflagrada a Operação Ouvidos Moucos, em que ele era investigado por suposta tentativa de obstruir a investigação sobre desvios no programa de educação a distância Universidade Aberta do Brasil (UAB). Na ocasião, Cancellier ficou preso pouco mais de 24 horas, sendo libertado no dia seguinte. Além dele, seis servidores foram presos e outros cinco conduzidos coercitivamente pela Polícia Federal.