O delegado André Milanese, coordenador da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Criciúma, apresentou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira a conclusão sobre a morte do professor Elvis Oliveira, no dia 13 de maio. Segundo o delegado, o jovem de 27 anos pediu a três adolescentes que traficam droga em Criciúma que o matassem, o que foi feito no bairro Renascer. Os três respondem por homicídio qualificado.
Continua depois da publicidade
As investigações começaram logo após a morte do rapaz. Segundo o delegado, uma das grandes questões da investigação era saber o que Elvis estaria fazendo em um bairro perigoso, sozinho, de madrugada. No dia 26 de maio, o celular do rapaz foi recuperado com uma moradora do bairro, que indicou dois adolescentes.
A partir desse contato, a polícia chegou a um terceiro menor, que se apresentou na delegacia na última quinta-feira e entregou a arma do crime, um revólver .38. Desde então, a polícia ouviu os três menores, um de 16 e dois de 17 anos, que confirmaram serem os autores do crime.
— Eles relatam que estavam vendendo droga quando apareceu o Elvis com a moto. Ele teria pedido para morrer, insistido, dizendo que teria brigado com a esposa e que não merecida mais viver, que queria morrer, ficou insistindo por horas até que os adolescentes o assassinassem — explica o delegado Milanese.
Continua depois da publicidade
A permanência do professor no local estaria atrapalhando a venda de drogas, segundo os menores, e “de tanto perturbar, eles resolveram em comum acordo levar o Elvis até aquele local”. A vítima teria ido por livre e espontânea vontade até o local, ajoelhado e aguardado o disparo. Após a execução com um tiro na nuca, os jovens roubaram a carteira com R$ 140, o celular e amochila.
“Elvis aquela semana estava triste, tinha comentado sobre morte”
Conforme a investigação, Elvis estava com problemas psicológicos e a família já havia marcado uma consulta com especialista para ajudar o rapaz. Ele não tinha antecedentes criminais e nem envolvimento com drogas, porém estava passando por um momento de depressão, informação confirmada por familiares. Na noite anterior ao crime, o professor de educação física teve duas graves discussões com a companheira. Transtornado, ele pegou a moto e dirigiu em direção à Criciúma.
— Segundo informações da esposa, o Elvis aquela semana estava triste, tinha comentado sobre morte, inclusive estavam procurando um tratamento psicológico. Era algum fato que estava ocorrendo e deixando ele deprimido, que culminou com essa briga, agravou ainda mais a situação e levou ele a vir até Criciúma para procurar a morte — explica o delegado.
Continua depois da publicidade
Com as confissões dos adolescentes, a investigação pela Polícia Civil está encerrada. O inquérito será encaminhado à Delegacia de Proteção à Mulher, à Criança, ao Adolescente e ao Idoso de Criciúma. Os jovens continuam em liberdade e devem responder por homicídio qualificado, porém também pode ser enquadrado em latrocínio, já que os adolescentes levaram os pertencer de Elvis após a execução.
— O que se espera é que venham a ser condenados e internados. É urgente tirar esses três jovens de circulação, eles têm que pagar pelo que fizeram, um deles há dois meses participou de um outro homicídio. Antecedentes por tráfico, conhecidos, perigosos, infelizmente ainda estavam na rua, e ainda estão em liberdade — reforça Milanese.