As autoridades policiais catarinenses admitem terem sido surpreendidas com o ataque simultâneo ocorrido a duas agências bancárias em Luis Alves, no Vale do Itajaí, na madrugada de sábado.
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Por enquanto, a polícia descarta que os autores sejam os mesmos do bando responsável pelo caso deste domingo no RS, em que três bandidos foram mortos, entre eles Elizandro Rodrigo Falcão, o foragido número 1 do estado vizinho e que também agia em SC.
Ainda não há pistas dos assaltantes que explodiram os bancos do Banco do Brasil e Bradesco no Vale e fugiram após disparar dezenas de tiros para o alto, desafiando os poucos policiais militares locais disponíveis no município de 10,4 mil habitantes.
– Foi uma surpresa eles terem voltado a agir desta maneira no Estado – afirmou o comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente-coronel Marcelo Cardoso.
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O Bope, que é sediado em São José, na Grande Florianópolis, esteve em Luis Alves, mas a ação se limitou ao levantamento do local e recolhimento das dinamites deixadas nas agências.
Embora o Bope tenha equipes prontas para se deslocar e agir a qualquer momento para esse tipo de situação, têm sido os policiais envolvidos com a operação Veraneio e as Divisões de Investigações Criminais (DICs) das regiões os primeiros a fazer o cerco a esses criminosos.
No caso de Luis Alves, não há notícia que tenha havido mobilização estadual em torno de perseguição e intensa tentativa das polícias para a captura dos ladrões.
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O delegado-geral da Polícia Civil em Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Ávila, disse que ainda não há suspeitos. Aldo lembrou que a ação das quadrilhas especializadas em roubos a bancos com explosivos havia cessado no Estado desde a onda desse tipo de crime, entre 2011 e o começo de 2012.
– Espero que novamente a investigação chegue nos autores. São criminosos que conseguem armas contrabandeadas facilmente, ao contrário de nós que demoramos para conseguir comprar as legais com todo o devido processo exigido – comparou o delegado.
A Polícia Civil deverá buscar as imagens do circuito interno dos bancos na tentativa de identificar os criminosos ou buscar pistas. A expectativa é que a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) consiga mapear os bandidos para monitorá-los e prendê-los.
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Nas investidas passadas, a onda de ataques a caixas eletrônicos no Estado gerou crise na segurança pública.
Foi preciso uma mobilização de todas as divisões da Deic para sufocar e prender os bandos que agiam, até que em pelo menos duas situações a polícia conseguiu se antecipar aos ataques. Houve confrontos, bandidos mortos e uma trégua dos assaltantes.
“Saem do indulto de Natal e precisam fazer dinheiro”
O subcomandante-geral da Polícia Militar em Santa Catarina, coronel Valdemir Cabral acredita que os bandidos envolvidos nos assaltos possam ter conseguido a liberdade recentemente pelo benefício do indulto de Natal
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– Essa situação pode ser de presos que receberam o indulto de Natal. Eles saem (da cadeia) e precisam fazer dinheiro, Aproveitam e agem em cidades pequenas, onde não há tantos policiais – declarou o coronel.
Ele lembrou que há grande efetivo mobilizado no Estado para a operação Veraneio e que a Polícia Militar está monitorando a ação das quadrilhas.
– Temos o Bope e o Choque prontos para agir. Nossas unidades devem informar pelo 190 o mais rápido possível para que possamos mobilizar o efetivo maior e fazer o cerco – disse Cabral.
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O subcomandante citou a operação realizada em Joinville, no fim de semana, em que um bandido morreu em confronto com a polícia após a quadrilha tentar atacar caixas eletrônicos em Pirabeiraba.