Parte de uma carga de 22 toneladas de salmão chileno foi apreendida pela Polícia Civil catarinense em uma peixaria em Palhoça, na Grande Florianópolis, na tarde de quinta-feira, dia 1º de novembro. Avaliada em R$ 540 mil, a carga de 5 toneladas fazia parte de um carregamento de 22 toneladas que tinha sido roubada em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, em 24 de outubro. A apreensão dos salmões e a condução de dois suspeitos fez parte da Operação Sashimi, deflagrada pela Divisão de Furtos e Roubos de Cargas da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).
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Os homem foram interrogados e soltos em seguida devido a instauração de inquérito policial. Eles vão responder pelos crimes de receptação qualificada e falsificação de selos públicos, entre outros crimes. A carga de salmão roubada era vendida em bares e restaurantes da região metropolitana de Florianópolis.
Localizada em uma peixaria, às margens da BR-101, na Enseada do Brito, em Palhoça, a carga roubada foi identificada após a Deic e a Delegacia de Garopaba identificarem o receptor o homem proprietário da peixaria em Palhoça. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no local. Os roubos das cargas eram praticados em especial na fronteira do Brasil com o Uruguai, em cidades fronteiriças gaúchas, e no sul de Santa Catarina.
Segundo a Polícia Civil, o proprietário da peixaria em Palhoça acompanhou as buscas e tentou destruir provas, mas a ação rápida dos policiais conseguiu impedi-lo. O delegado Osnei Valdir de Oliveira, da divisão de furtos e roubos de cargas da Deic, afirma que para “esquentar” a mercadoria roubada, o suspeito utilizava máquina de impressão que falsificava as etiquetas identificadoras. Estas etiquetas contêm dados do importador e do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que permite a rastreabilidade do produto.
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— Nos últimos meses tivemos uma incidência maior de roubos de cargas de salmão, tanto em Santa Catarina como nos estados vizinhos. Mas a destinação dessas cargas para Santa Catarina, ou seja, com receptores catarinenses. Na quinta-feira, demos cumprimento aos mandados de busca e apreensão e recuperamos a carga de cinco toneladas — explicou Osnei em entrevista a CBN Diário, para dizer que o dono da peixaria receptou outras cargas roubadas nos últimos meses.
Após falsificar as etiquetas, o empresário revendia o salmão para restaurantes e sushi bares na região da Grande Florianópolis por um preço atrativo, muito inferior ao praticado pelo mercado. Também não foram apresentadas notas fiscais de entrada de mercadoria, nem de saídas. O delegado Osnei ressalta que o salmão estava acondicionado de forma inapropriada, o que pode causar riscos ao consumidor.
A ação contou com o apoio da Delegacia da Criança, do Adolescente e do Idoso de Palhoça, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Vigilância Sanitária de Palhoça, que interditou a peixaria, devido a ausência de licença para funcionamento.
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Além do salmão chileno, polícia apreende 22 mil dólares e um carro de luxo
Além da carga de salmão foram apreendidos 22 mil dólares em espécie não declarados, um veículo da marca Jaguar – com placas de Palhoça -,documentos, a máquina que falsificava as etiquetas, munições de arma de fogo e um carregador de pistola.
— O patrimônio dele é incompatível com os negócios — pontua o delegado Osnei.
Em um galpão localizado na cidade de Paulo Lopes, ao lado de Palhoça, foi apreendido um caminhão frigorífico utilizado pela quadrilha pra transportar frações da carga roubada. Os dois detidos e liberados em seguida foram o dono da peixaria e um motorista, mas outras pessoas são investigadas.
A reportagem não localizou os advogados do empresário e do motorista.
As investigações prosseguem, e denúncias e informações relacionadas a Roubos de Cargas podem ser enviadas para o e-mail roubosdecargas-deic@pc.sc.gov.br e telefone (48) 3281-4200 e pelo aplicativo WhatsApp (48)98844-0011.
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