A Polícia Civil analisa os laudos feitos pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) em um rastreador e no carro do vereador de Florianópolis, Vanderlei Farias, o Lela (PDT). O trabalho pericial chegou às mãos da delegada Aline Zandonai, titular da 1ª DP da Capital, na semana passada. Além do resultado da perícia feita no rastreador e no veículo usado por Lela na noite de 20 de março, a investigação também estuda imagens de câmeras de monitoramento da região central para verificar por onde passou – e com quem estava – o suposto detetive que até o momento é o único suspeito no inquérito que apura crime de ameaça.
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A delegada Aline, que esperava receber os laudos do IGP em 27 de março, conta que só os acessou em 3 de abril. É com base nos documentos que ela vai definir quais as novas a diligências serão feitas na investigação. Após uma primeira fase de inquérito onde o homem que aparece em imagens instalando o rastreador foi identificado, prestou depoimento, negou-se a dizer quem o contratou – por supostamente ser um detetive – e foi liberado, o trabalho agora é mais complexo. E tem o objetivo de esclarecer a dinâmica, a motivação e a materialidade do crime.
— Eu preciso fazer mais diligências. Mas só vou saber quais, quando concluir a análise dos laudos. Depois das diligências, faremos novas oitivas, porque precisamos confrontar os depoimentos já dados com as provas técnicas. A coisa demora, não é simples — aponta a delegada Aline Zandonai.
No trabalho da perícia no carro de Lela, foi encontrada uma impressão digital, que seria de um assessor dele. Este homem acompanhava o vereador naquela noite, e pode ter tocado no carro antes da chegada dos policiais.
A delegada Aline também quer saber do IGP qual o tipo de equipamento foi colocado no carro de Lela, de onde o rastreador recebia o sinal e para onde os dados seriam enviados – caso a coleta das informações tivesse sucesso.
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O inquérito policial, instaurado em 21 de março, tem prazo de 30 dias para ser concluído – podendo ser prorrogado por igual período. Como há duas semanas, nenhuma hipótese está descartada. Uma delas, inclusive, pode ser desmontada, já que a apuração visa confirmar se o homem que instalou o rastreador é efetivamente um detetive, ou está apenas se passando por um.
Vereador volta ao Parlamento nesta segunda, após duas semanas afastado
O vereador Lela retorna ao seu trabalho no Legislativo florianopolitano nesta segunda-feira, depois de ficar duas semanas afastado da Casa do Povo com atestado médico. Segundo o pededista, a pausa se deu para realização de exames para tratar de pressão alta e hipertrofia em uma válvula cardíaca. Lela acompanha as investigações, mas adota cautela em comentar a apuração e prefere aguardar a conclusão do inquérito policial.
Entenda o caso
Na noite de 20 de março, um homem instalou um rastreador no carro do vereador Lela no Centro de Florianópolis. Avisado pelo porteiro de um edifício em frente ao local onde estava o veículo, o parlamentar chamou a polícia, pois havia a suspeitava de que pudesse ser uma bomba. Com a chegada do esquadrão antibombas, e após o fechamento de vias e varredura na área, a ameaça de explosivo foi descartada e o rastreador, retirado do carro.
Um dia depois, imagens de uma câmera de monitoramento do prédio em frente a onde estava estacionado o carro do vereador, mostram o momento em que dois homens colocam o rastreador no carro dele. Pela gravação, o motorista desembarca do veículo e instala o equipamento na parte traseira do automóvel do parlamentar.
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