O resultado de um laudo psiquiátrico vai definir o rumo da investigação sobre o caso da universitária Jéssica Kristine Lunkmoss Pereira, suspeita de matar com golpes de tesoura o filho recém-nascido na quinta-feira à tarde. Devido à avaliação médica, a jovem de 20 anos, que deveria ter recebido alta sexta-feira de manhã, permanecia internada no Hospital Santo Antônio sob custódia da Polícia Civil até esta sexta-feira à noite.
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O delegado Bruno Effori trata o caso como homicídio qualificado. No entanto, se o parecer médico apontar que houve abalo psíquico após o parto, o crime pode ser enquadrado como infanticídio.
– Para caracterizar infanticídio o laudo precisa atestar o estado puerperal, que é a perturbação psicológica que motiva a mãe a matar o filho depois do parto. Neste caso a pena varia de dois a seis anos de detenção. Agora se for homicídio qualificado ela pode pegar de 20 a 30 anos de reclusão – explica.
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Família afirmou desconhecer gravidez
Effori aguarda também o depoimento da mãe de Jéssica para seguir com o inquérito policial. O pai, Ricardo de Matos Pereira, depôs sexta-feira à tarde e afirmou desconhecer a gestação da jovem, que deu à luz um menino de aproximadamente três quilos no segundo andar da casa da família.
Mônica Beatriz Lunkmoss falará ao delegado segunda-feira. A família ainda não apresentou advogado de defesa.
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– É difícil apontar o que motivou o crime. Já vi abandono de recém-nascido, mas nunca atendi nenhum caso nessas circunstâncias, da mãe matar o próprio filho depois do parto – diz Effori.
O pai da jovem afirma que vai ajudar nas investigações e que a filha não tinha namorado nem aparentava a gravidez:
– No mês passado até brincamos que ela estava com uma barriguinha, mas ela negou estar grávida. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu. Fomos pegos de surpresa.
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O Instituto Geral de Perícias confirmou que o bebê nasceu vivo. Peritos encontram na casa da família uma tesoura com sangue, juntamente com um saco com a placenta e o cordão umbilical. Jéssica estaria grávida de oito meses.