A possível intoxicação por gás que atingiu um casal de médicos venezuelanos dentro de um apartamento em São Joaquim, na Serra Catarinense, entre a noite de terça e a manhã de quarta-feira, deve ter sido causada por acidente.
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O delegado Diego Azevedo, responsável pelo caso por parte da Polícia Civil, não descarta, uma vez que a investigação está só no início e muitas dúvidas precisam ser esclarecidas, mas considera bem remota a hipótese de um crime.
Para o delegado, neste momento é fantasioso sentenciar que Alejandro Tortolero, de 31 anos, e Olga Sanchez, 28, que chegaram a São Joaquim em novembro do ano passado pelo programa Mais Médicos, do governo brasileiro, tenham sido vítimas de tentativa de homicídio.
Uma nova vistoria será feita nesta sexta no apartamento em que o casal vive, no Centro da cidade, em busca de novos vestígios de vazamento de gás. A Polícia Civil aguarda os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP), que vasculhou o apartamento em busca de pistas e coletou sangue das vítimas, para afirmar com mais precisão o que pode ter acontecido.
O delegado Diego espera concluir a investigação em até 30 dias. E ainda que a possibilidade seja bem pequena, caso sejam constatados indícios de crime a Polícia Federal deverá ser acionada, uma vez que Alejandro e Olga são estrangeiros a serviço do governo brasileiro.
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A hipótese de intoxicação acidental por gás de cozinha foi reforçada pela própria Olga ao médico Leonardo José Bathke, que a atende no Hospital de Caridade Sagrado Coração de Jesus, em São Joaquim, onde ela está sozinha em um quarto particular com visitas proibidas.
Olga contou ao colega que nos últimos dias vinha sentindo um forte cheiro no apartamento, cuja água é aquecida por gás. Nesta sexta-feira ela deve prestar depoimento à Polícia Civil.
Alejandro está em coma e governo da Venezuela já foi informado
Enquanto Olga ainda apresenta alguns sinais de intoxicação como dor de cabeça e taquicardia e se recupera no hospital de São Joaquim, Alejandro precisou ser transferido do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, para o Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em coma, e o seu caso é grave.
A supervisora do programa Mais Médicos em São Joaquim, Zelir Fermino Fidelis, conta que Olga pediu que os familiares dela e do marido que estão na Venezuela não sejam avisados do acidente. Por enquanto o pedido está sendo atendido, mas Zelir adianta que provavelmente os familiares serão avisados.
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O Consulado da Venezuela em São Paulo e a Embaixada em Brasília já foram comunicados do fato e acompanham o caso. A supervisora do Mais Médicos garante, porém, que neste momento não há nenhuma providência a ser tomada em virtude do estado de saúde de Alejandro.
Uma eventual transferência para a Venezuela está descartada. Enquanto isso, Olga responderá pelo marido.