Empresários de Santa Catarina vão fazer uma mobilização na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, contra o decreto do governo estadual que iguala o ICMS cobrado na compra de produtos de fora do Estado com a alíquota praticada em SC. A expectativa é que 700 empresários compareçam à Assembleia.

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Apenas a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-SC) confirma a vinda de sete ônibus com cerca de 300 pessoas de todo o Estado. O presidente da federação, Sérgio Medeiros, diz que os empresários vão buscar o apoio dos deputados, apresentando a eles o impacto do Diferencial de Alíquota (Difa) para as empresas do Simples Nacional.

A mobilização, que está marcada para às 15h30min, é composta por entidades empresarias como Facisc, Fetrancesc, CRC-SC e Fampesc, além da FCDL-SC. Lucas Calafiori, assessor jurídico da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), afirma que o único objetivo da reunião é a revogação do decreto 1.357, que instituiu o Difa a partir deste mês. Segundo ele, não há possibilidade de negociação para uma solução que represente um meio termo.

De acordo com a Secretaria da Fazenda, o decreto é uma maneira de proteger a indústria catarinense, incentivando os empresários a comprar de fornecedores do Estado. Glauco Côrte, presidente da Federação das Indústrias (Fiesc) é contra o aumento de tributação, mas diz ser inaceitável que seja mais vantajoso para os empresários comprar de fora de SC.

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E, ao contrário do que defendem os empresários, Côrte apoia uma negociação da medida para as empresas enquadradas no Simples. A vice-presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Letícia do Amaral, acredita que o decreto onera muito as empresas do Simples.

Ela afirma que o Mato Grosso do Sul conseguiu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que retirou as empresas do Simples do Difa. Ela esclarece, ainda, que SC é o último Estado do país a adotar a medida.

Maioria dos partidos vai debater posição nesta terça-feira

Entre os deputados, a discussão sobre o decreto que estabelece o Difa deve se intensificar a partir de hoje. Aldo Schneider (PMDB), Valmir Comin (PP) e Doia Guglielmi (PSDB) afirmam que serão promovidas reuniões nesta terça com suas respectivas bancadas para alinhar a posição dos partidos. O líder do PSD, Darci de Matos, também defende que é preciso aprofundar o debate técnico.

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– Vamos buscar uma alternativa que proteja a indústria catarinense mas que não onere as pequenas empresas do Simples – defende Matos.

Quem tem posição definida, e contra o decreto, é o PT. A líder da bancada petista, Ana Paula Lima, encaminhou documento ao governador questionando a medida. A proposta é de que o decreto seja revogado.

– Há um debate nacional sobre a redução de impostos. Mas, em SC, medidas em relação ao ICMS prejudicam micro e pequenos empresários, cuja atuação é estratégica para a nossa economia. Apoio as entidades empresariais, com as quais tenho dialogado, e que não querem ser obrigadas a recolher a diferença do imposto nas compras de fora do Estado.

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* Colaborou Alexandre Lenzi

Impacto nos preços