Até o final deste ano, a União planeja licitar as obras para a construção de três ferrovias em Santa Catarina. O objetivo é que as obras comecem em 2014. Mas a decisão final sobre o polêmico traçado da Ferrovia do Frango, que liga o Oeste catarinense ao Porto de Itajaí, está nas mãos do governo catarinense, segundo o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

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Ao ser informado desta decisão da EPL, a estatal que vai cuidar dos projetos de expansão ferroviária no país, o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, comemorou. E disse que na próxima terça-feira irá a Brasília para começar a definir o traçado das linhas Norte-Sul (Ferrovia do Milho), Litorânea e da recentemente confirmada Leste-Oeste. Sobre este último traçado, existem duas correntes em SC: a que defende que ele corte o Vale do Itajaí e a que aposte na região Norte do Estado.

Na sexta-feira, o auditório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) ficou pequeno perante o Fórum Parlamentar Catarinense que discutiu os projetos para implantar a malha ferroviária catarinense. Anfitrião do evento, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou a importância de um sistema ferroviário para a obtenção de insumos e para o escoamento das cadeias produtivas.

– A infraestrutura portuária pode contribuir muito para a competitividade do Estado, mas o acesso aos portos está comprometido pela qualidade da malha ferroviária. Um quarto do transporte brasileiro ocorre por ferrovias, mas em SC esse número cai muito, para 5% – ponderou.

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Promessa de desembolso de R$ 200 bilhões

O presidente da EPL prometeu investimento de R$ 200 bilhões nos próximos cinco anos para que a nova malha ferroviária do país saia da fase de diagnóstico para mergulhar no período de ação.

Com relação a SC, Figueiredo confirmou a construção das três ferrovias: Norte-Sul, conhecida como Ferrovia do Milho; a Litorânea, que está com estudos em fase final (o projeto básico completo está previsto para junho, e o projeto executivo para dezembro); e a Leste-Oeste, chamada Ferrovia do Frango (veja detalhes na arte). Este último projeto, segundo Figueiredo, vai criar uma importante “espinha dorsal” para a exportação dos produtos da agroindústria local.

– O traçado será construído com consenso. O Estado de SC é que vai definir. Está nas mãos do Estado. Será o melhor para o desenvolvimento de SC. E temos urgência, porque estamos atrasados – afirmou.

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Estado tem pressa com cronograma

O secretário da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, anunciou uma audiência em Brasília para abordar a melhor forma de o Estado conduzir a situação dos traçados das novas ferrovias.

– Desde que eu acompanho essa questão toda, não tinha visto evoluir nem um milímetro (o debate). Agora percebi que o governo apresentou um discurso único e avançou – avaliou.

Sobre a postura a ser adotada por SC, já que o Estado ficou responsável pela definição do traçado ferroviário, Cobalchini disse que o próximo passo é dialogar com os órgãos envolvidos e estabelecer um cronograma de execução das obras.

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– A lógica é fazer um traçado reto – opinou o secretário de Estado ao falar sobre a Ferrovia do Frango.

O diretor de operações da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, Bento José de Lima, resumiu sua explanação ao focar nas atuais discussões acerca dos melhores locais à implantação das ferrovias:

– O importante é que tenhamos um sistema ferroviário articulado, não brigas para ver se vai por aqui ou por ali. O que importa é gerar emprego e melhorar a economia de SC.

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