Um livreiro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, descobriu um poema inédito assinado por Mario Quintana. Os escritos de “Canção do Primeiro do Ano” foram encontrados por George Augusto e estavam dentro de um livro que foi adquirido por ele de uma coleção particular com mais de cinco mil volumes, segundo informações do g1 RS.
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O achado aconteceu há mais ou menos duas semanas e o livro despertou a atenção pois tinha duas dedicatórias para duas pessoas diferentes, após ter sido dado como presente. Quando George folheava o volume, viu um papel dobrado que tinha a assinatura de Quintana e a data de 1ª de janeiro de 1941.
— Encontramos bilhetes de loteria, encontramos cartas, encontramos poemas de amor, encontramos poemas de desespero de um amor rompido e podemos encontrar inclusive uma moeda de luar como esse poema do Quintana que foi efetivamente o que aconteceu, foi assim que se processou essa visita do anjo Quintana pra todos nos — disse George em entrevista ao g1.
George e o professor e diretor do Theatro São Pedro, Antônio Hohlfeldt, acreditam que o poema é original legítimo. Eles analisaram a grafia e compararam com outros registros da letra do poeta.
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Gilberto Schwartzmann, presidente Associação de Amigos da Biblioteca Pública Estadual do RS (AABPE), afirma que o texto é original e tem um formato parecido a outras poesias escritas por Quintana.
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— Ver a grafia do próprio autor, no papel original, é uma coisa tão maravilhosa do ponto de vista de experiência humana, é como se a gente tivesse vendo um ser humano construindo arte, é diferente de ler um documento — afirma Schwartzmann.
O livro e o manuscrito foram comprados pela AABPE e serão doados para a Biblioteca Pública. Uma exposição do poema na Casa de Cultura Mario Quintana, onde o poeta viveu, também deve acontecer.
Leia o poema inédito
Canção do primeiro do ano
Pelas estradas antigas
As horas vêm a cantar.
As horas são raparigas,
Entram na praça a dançar.
As horas são raparigas…
E a doce algazarra sua
De rua em rua se ouvia.
De casa em casa, na rua,
Uma janela se abria.
As horas são raparigas
Lindas de ouvir e de olhar.
As horas cantam cantigas
E eu vivo só de momentos,
Sou como as nuvens do céu…
Prendi a rosa dos ventos
Na fita do meu chapéu.
Uma por uma, as janelas
Se abriram de par em par.
As horas são raparigas…
Passam na rua a dançar.
As horas são raparigas
Lindas de ouvir e de olhar.
As horas cantam cantigas
E eu vivo só de momentos,
Sou como as nuvens do céu…
Prendi a rosa dos ventos
Na fita do meu chapéu.
Uma por uma, as janelas
Se abriram de par em par.
As horas são raparigas
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