Obras, desvios, poeira e muito engarrafamento. Assim pode-se definir o cotidiano dos transeuntes que moram próximo ou que necessitam transitar pelos arredores da Arena Castelão, em Fortaleza. Desde a interdição total de partes das avenidas Dedé Brasil, Paulino Rocha, Juscelino Kubitschek e Alberto Craveiro – para a construção de um túnel na rotatória que passa ao lado da praça esportiva – a vida de motoristas, pedestres e moradores não tem sido das mais fáceis.

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A segurança também é um dos fatores que preocupa os transeuntes.

– Alguns desvios não estão devidamente sinalizados e as vias alternativas são muito estreita e escuras. A gente tem que passar por locais perigosos e acabamos acuados e expostos a violência, pois nenhum reforço na segurança foi feito – ressalta o farmacêutico, Luiz Henrique Portácio, de 27 anos, que mora no Passaré, nas proximidades da arena cearense.

Após os desvios, ele afirma que os congestionamentos aumentaram consideravelmente, assim como as colisões.

– Em dias de jogos, a situação acaba piorando. Houve um jogo, realizado em um meio de semana que demorei quase uma hora para fazer um percurso que faço em 20 minutos – comenta Luiz Henrique.

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Para a estudante de enfermagem, Raquel Carvalho, de 26 anos, a situação acaba sendo pior para quem necessita do transporte público para se locomover.

– Fizeram todo um planejamento e não pensaram no aumento do tempo que os ônibus levam para fazer o seu translado. Todos os dias demoro mais de 45 minutos para fazer um percurso que fazia em 15. Fora isso, com os congestionamentos, as linhas demoram muito mais a passarem – destaca.

O atraso nas obras de mobilidade urbana e os transtornos são resultados de inúmeros atrasos para o início dos trabalhos. Fora os problemas burocráticos, alegados pela antiga gestão municipal, a então responsável pelas obras, a construtora Delta – envolvida no escândalo nacional do bicheiro Cachoeira -, abandonou os trabalhos no início do ano passado. A Prefeitura de Fortaleza, que então era gerida por Luizianne Lins (PT), só anunciou a empresa vencedora da nova licitação, Serveng-Civilsan S/A, em agosto de 2012.

No entanto, foi o atual prefeito Roberto Cláudio (PSB), que teve que intensificar o número de operários e o expediente de trabalho para que, pelo menos o entorno da Arena Castelão, possa ficar pronto até a Copa das Confederações. No início do ano, o atual gestor municipal recebeu R$ 60 milhões do Governo do Estado para as obras de infraestrutura e mobilidade urbana.

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– O governador se comprometeu em apoiar as obras, e isso será extremamente importante e significativo para que a Prefeitura de Fortaleza possa entregar todas as obras da Copa até junho de 2014 – disse Roberto Cláudio na época.

Parte das obras de mobilidade urbana de Fortaleza, especificamente as do entorno do Castelão, ficarão prontas no próximo dia 15 de junho, quatro dias antes do primeiro jogo da Copa das Confederações na arena cearense.

De acordo com a Secretaria Especial da Copa do Município, a Avenida Alberto Craveiro e a rotatória próxima ao estádio serão entregues para o evento do próximo mês de junho. No entanto a Avenida Dedé Brasil e o corredor Via Expressa/Raul Barbosa deverão ficar prontos apenas em maio de 2014.

Até o momento, a avenida Alberto Craveiro – que é tida como principal via de acesso a Arena Castelão, hotéis e aeroporto – está com 27% dos seus trabalhos concluídos.

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Ao todo, o investido será de R$ 22,88 milhões na obra que será realizada em uma extensão de 3,0 Km. A avenida Paulino Rocha, que terá um investimento de R$ 33,81 milhões, encontra-se com 20,42% da obra concluída. Já a Dedé Brasil e Via Expressa/Raul Barbosa são as mais atrasadas com, respectivamente, 8,50% e 4,44% dos trabalhos concluídos. Juntas, tais obras demandarão um investimento de R$ 175 milhões.