Conselheira da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) relatou os momentos de violência vividos ao lado do marido, Wigold Bertoldo Prochnow, na manhã de domingo, no Alto Vale.

Continua depois da publicidade

Diário Catarinense – O que ocorreu na mata?

Miriam Prochnow – Meu marido sempre anda um pouco à frente para fotografar flagrantes. De repente ouço ele gritar: ?Socorro, Miriam?. Escuto um tiro, e não ouço mais nada. Chamo pela nossa filha e digo para ela ir buscar a polícia, porque o pai estava baleado, e tento ir ao local. Quando eu cheguei, vi que não tinha acontecido o pior, mas eles estavam brigando no chão. Aí eu fiz fotos, e quando ele (o suspeito) viu que eu tinha fotografado veio para cima de mim tentar tirar a minha máquina. Nisso o Wigold se recuperou. Acabamos ficando reféns dele por uns 20 minutos.

DC – Você se sentiu um alvo?

Miriam – Poderia ter sido muito mais trágico. Felizmente não foi, mas revela um problema ambiental bastante forte aqui no Alto Vale, que é a caça. E os caçadores de hoje não são mais aqueles senhores. São jovens voltando à pratica da caça, com equipamentos cada vez mais sofisticados, camuflados. Na caça, os animais não têm chance de defesa, não têm máquina fotográfica para servir de barganha.

Continua depois da publicidade

DC – Você acha que essas pessoas têm um limite?

Miriam – Esse tipo de caça de hoje é muito mais prejudicial porque não tem limite. Não precisam da caça para alimento. Fazem porque gostam. Isso é até um desvio de comportamento, porque eu não consigo entender que uma pessoa possa ter prazer em matar um animal indefeso.