Poder e oposição da República Democrática do Congo dirigirão conjuntamente o país durante a transição entre o fim do mandato do presidente Joseph Kabila, no dia 20 de dezembro, e a eleição de seu sucessor, segundo um acordo fechado após mais de 13 horas de negociações.

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O acordo foi fechado após mais de treze horas de negociações com a mediação dos bispos e autoriza Kabila a seguir à frente do país até o “final de 2017”, em troca da criação de um Conselho Nacional de Transição (CNT), presidido pelo histórico opositor Etienne Tshisekedi, e da nomeação de um primeiro-ministro procedente de sua coalizão “Rassemblement”.

Os bispos declararam estar felizes por terem conseguido “chegar a um compromisso político inclusivo”, segundo o presidente da Conferência Episcopal do Congo (CENCO), monsenhor Marcel Utembi, que considerou que com este acordo “o caos no país” era evitado.

O chefe da missão da ONU no Congo (MONUSCO) saudou o caráter “inclusivo” do documento, que “permitiu este consenso, mais amplo”. “Mas o trabalho deve continuar, é preciso proteger a estabilidade política colocando em prática cada ponto deste novo roteiro político”, declarou Maman Sidikou.

Prevista para as 20h30 de sábado (17h30 de Brasília), a assinatura do acordo, por 22 dos 32 delegados, começou às 23h00 (20h00 de Brasília). Os delegados seguiam discutindo sobre se organizariam ou não um referendo durante este período de transição, que foi fixado em um ano.

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O presidente Joseph Kabila, cuja decisão de permanecer no cargo após o fim de seu mandato, em 20 de dezembro, provocou esta crise, e o velho opositor Tshisekedi não se deslocaram à sede da CENCO.

O documento é concreto sobre o futuro político do presidente Kabila, que permanecerá no poder durante o período pré-eleitoral e eleitoral. As partes decidiram que, após seu segundo e último mandato, Kabila não voltará a se apresentar ao cargo.

* AFP